Eduardo Salvalaio
- 4 de mar. de 2022
- 2 min para ler

The Slow Show e a melancolia que funciona bem para quem procura belos arranjos e melodias memoráveis

The Slow Show é uma banda britânica (de Manchester) que surgiu por volta de 2010. Entretanto, foi somente em 2015 que o grupo lançou o début White Water. Em seguida vieram os álbuns Dream Darling (2016) e Lust And Learn (2019), trazendo uma banda ganhando suas características próprias apesar da sonoridade transitar entre The National, Elbow e Tindersticks.

A voz nasalada e inconfundível de Rob Goodwin, coros de vozes, uma banda afiada, os belos arranjos e as letras poéticas preenchem o repertório dos ingleses, cada vez mais buscando aprendizado e amadurecimento musical.

Assim como muitos discos importantes que saíram após o conturbado período de pandemia e isolamento, é dessa forma que sai o quarto e mais recente trabalho dos ingleses. Como o próprio título entrega, Still Life indica que há vida, que é preciso seguir adiante, a música não para.

A abertura com ‘Mountbatten’ mostra um lado bem forte do grupo: a melancolia que é guiada por pianos, violinos e a voz de Goodwin. Mas é questão de alguns minutos para a canção perder um pouco de sua sombra melancólica e ganhar mais peso com outros instrumentos que aparecem.

‘Anybody Else Inside’ e 'Who Knows’ contam com adições de vocal feminino. A primeira faixa apresenta uma nuance sutil de eletrônica, enquanto a segunda busca uma aproximação com o Folk e é um dos destaques do álbum. Chegando perto dos 7 minutos, ‘Weightless’ é a faixa mais melancólica do álbum, vai terminando com um arranjo fenomenal que traz sopros e cordas, sem a voz de Rob, mas sem perder o charme.

A vida por vezes tão muito difícil e cheia de percalços encontra seus momentos mágicos na arte. Discos que fazem a gente repensar que, mesmo encobertos por nuvens de melancolia, ainda temos chances de sorrir com a melodia que é vital para atravessar dias complicados. O The Slow Show pensa nisso desde o primeiro disco e não deixou esse pensamento de lado agora, ao criar Still Life.