Crooked Wing: a explosão sonora do These New Puritans mesmo diante da calmaria
- Eduardo Salvalaio
- 14 de jul.
- 2 min de leitura
Tipo de álbum que será melhor compreendido com bons fones de ouvido, de preferência com o silêncio ao nosso redor
O These New Puritans foi formado pelos irmãos gêmeos Jack e George Barnett por volta de 2006. O début Beat Pyramid chegaria apenas em 2008. Completando quase 20 anos de atividade e embora não seja tão prolífico assim, o grupo ganhou renome no meio musical por conta de sua criativa fusão de gêneros que engloba Pós-Punk Revival, Rock Experimental e Krautrock.
Mesmo com a saída de integrantes como a tecladista Sophie Sleigh-Johnson e o baixista Thomas Hein, os irmãos seguiram sozinhos perpetuando uma sonoridade que começou bastante influenciada por grupos como Public Image LTDA, Talk Talk, The Fall e Cabaret Voltaire. Crooked Wing, o quinto e mais recente trabalho, chega seis anos após Inside The Rose (2019).
Neste novo álbum, a dupla prefere um som mais sintonizado com panoramas orquestrados, ou até mesmo que flertam com outros territórios sonoros, por exemplo, o Jazz (caso de ‘Goodnight’). A faixa abraça uma sonoridade mais límpida e quieta, opta por uma melodia que, mesmo sem batidas, hipnotiza o ouvinte através de vozes distorcidas, piano, vibrafone e trombetas.
Apesar disso, ‘A Season On Hell’, um dos destaques do álbum, traz uma percussão maciça em sintonia com um órgão marcante. A sessão rítmica e pulsante de ‘Wide Fields’ lembra algo do Synth-pop 80’s, uma canção que certamente estaria no repertório do Depeche Mode daquela década.
As harmonias vocais conferem uma das maiores qualidades do disco, sobretudo quando os vocais de Caroline Polachek (Chairlift) agregam mais identidade à sonoridade da dupla, como acontece na faixa ‘Industrial Love Song’. Os 7 minutos de ‘Bells’ com pianos e os vocais impetuosos de Jack criando melodias cósmicas nos transportam para composições que remetem ao Sigur Rós.
Crooked Wing é um disco com tantos detalhes, nuances, camadas sonoras e cenários orquestrados que no final soa como se fosse um trabalho pesado, denso e caótico, como os grandes discos de Rock costumam ser. Tipo de álbum que será melhor compreendido com bons fones de ouvido, de preferência com o silêncio ao nosso redor.
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