Black Market Karma passeia pela Psicodelia e pelo Pop 60’s em Mellowmaker
- Eduardo Salvalaio
- 26 de jun.
- 2 min de leitura
A sonoridade trafega pela Psicodelia e também flerta com o Pop 60’s

Black Market Karma é um projeto musical que começou tomar forma por volta de 2010. Mesmo assim, em praticamente 15 anos de carreira, o prolífico projeto já conta com 11 discos, sendo que 4 discos forma lançados num único ano (em 2012).
O repertório musical abrange instrumentos como moog, mellotron, cítara, órgão, sintetizador, baixo e guitarras típicas dos 60’s. A sonoridade trafega pela Psicodelia e também flerta com o Pop 60’s. Contudo, ainda sobra espaço para gêneros como Folk, Blues, Lo-fi e até o Fuzz Rock.
O responsável pelo Black Market Karma é Stanley Belton. A experiência e inquietude do músico inglês não fica apenas pautada em seu projeto, ele também participou de diversas colaborações com outros grupos/artistas renomados como Spacemen 3, The Telescopes e The Underground Youth.
Mellowmaker (2025) foi feito imediatamente após o lançamento de Wobble (2024). Para Belton, o trabalho é quase um segundo capítulo (ou uma segunda parte) da série Fuzz Club, nome da gravadora londrina em que o músico, sozinho, praticamente cuidou de tudo: compôs, tocou os diversos instrumentos e produziu.
O universo sonoro do novo disco é recheado de reverbs, texturas sônicas, atmosferas climáticas e experimentalismos, caso de ‘Coasting In Aquatica’. O mellotron casa bem com a guitarra em ‘Mellowmaker’, a bateria virtuosa dita o ritmo hipnótico de ‘Soft & Heavy’, o sintetizador se metamorfoseia harmoniosamente de glockenspiel em ‘Flutterbug’.
Os 60’s ganham realce em faixas como ‘Jellylegger’. Uma das melhores canções do álbum, a melodia nos traz lembranças de algo do The Beatles entre os tempos de Rubber Soul e Revolver. Como o próprio nome parece indicar, ‘Nautodelia’ se afunda na Psicodelia e não tem vergonha de oferecer uma atmosfera lisérgica.
Mesmo quando o grupo abraça a música instrumental, o resultado está garantido na proposta da sonoridade. Exemplo é ‘Recalled By The Rays’ que parece nos transportar para uma trilha sonora de um filme Sci-fi vintage. Nem mesmo a melancolia que teima em surgir na faixa ‘Adoration’ destoa do álbum. Destaque aqui para as guitarras marcantes que conferem uma viagem climática com mais de 6 minutos.

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