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Preta Gil e Gilberto Gil viveram momento comovente ao cantar “Drão” juntos meses antes da despedida

Filha e pai dividiram a música feita para a mãe dela em um show emocionante, marcando o reencontro de três vidas em uma só canção

Preta Gil fez uma participação especial no show da turnê 'Tempo Rei'
Preta Gil fez uma participação especial no show da turnê 'Tempo Rei' - (crédito: Reprodução/Instagram/@gilbertogil)

Poucos meses antes de partir, Preta Gil protagonizou com o pai, Gilberto Gil, um dos momentos mais comoventes de sua trajetória. Foi em abril, durante a turnê Tempo Rei, em São Paulo. Já debilitada pelo tratamento contra o câncer, Preta subiu ao palco a convite do pai para cantar ao seu lado “Drão”, música que ele compôs para sua ex-esposa — e mãe de Preta — Sandra Gadelha.



“Pai, que momento lindo que a gente está vivendo. Poder cantar juntos, cantar Drão, essa canção que você fez pra minha mãe… Eu estou emocionada, feliz e orgulhosa de você. Muito mesmo”, disse Preta, com a voz embargada, diante de um público emocionado.


A apresentação pegou a plateia de surpresa. A cantora já estava longe dos palcos havia algum tempo, focada no tratamento contra um câncer no intestino que, neste domingo (20), levou sua vida aos 50 anos. Um mês após esse encontro, ela embarcaria para os Estados Unidos, onde buscaria alternativas de tratamento em centros de referência mundial.


Drão, lançada por Gil em 1982 no disco Banda Um, foi escrita após a separação de Sandra Gadelha, a mulher com quem viveu o exílio em Londres durante os anos de chumbo da ditadura militar. A música tornou-se uma das maiores expressões do amor que sobrevive ao fim do relacionamento — e ao tempo.


A letra fala de um amor que precisa morrer para renascer, feito semente. Fala de compaixão, de reconstrução, de caminhar mesmo quando a estrada é escura. Não por acaso, foi ela a escolhida para unir três histórias numa só: a de Gil, a de Sandra, a de Preta.



Na canção, Gil escreve:

“Quem poderá fazer aquele amor morrer / Se o amor é como um grão / Morre, nasce, trigo / Vive, morre, pão.”


Em abril, pai e filha dividiram o grão. Em julho, ele germinou outra vez — agora na eternidade.



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