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Preta Gil morre aos 50 anos nos EUA após longa luta contra o câncer

Atualizado: 20 de jul.

Cantora, atriz e empresária enfrentou a doença com dignidade e se tornou símbolo de resistência, liberdade e autoaceitação

Preta Gil
Foto: Instagram/Reprodução @pretagil

Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos, em decorrência de um câncer. A cantora, atriz e empresária travava uma batalha desde janeiro de 2023 contra um adenocarcinoma no intestino. A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa. Ela passou as últimas semanas em tratamento experimental no exterior, após enfrentar cirurgias, quimioterapia e radioterapia no Brasil.



Filha de Gilberto Gil, Preta escolheu o próprio caminho — artístico, político e afetivo — sem pedir licença. Sua carreira, marcada por música, presença cênica e autenticidade, começou com o disco Prêt-à-porter (2003), lançado quando o pai era ministro da Cultura. Desde então, ela se tornou voz de enfrentamento contra padrões estéticos, machismo e preconceito, além de se tornar um dos ícones da comunidade LGBTQIA+ e da luta por autoaceitação feminina.


Em agosto de 2024, ao completar 50 anos, celebrou com uma festa para 700 convidados e lançou a autobiografia “Preta Gil: os primeiros 50” (Globo Livros), em que narra com franqueza sua luta contra o câncer e o fim do casamento com Rodrigo Godoy — que a traiu durante o tratamento.


O retorno da doença foi anunciado por ela mesma, meses depois da remissão. Dois tumores nos linfonodos, um nódulo no ureter e metástases no peritônio a levaram aos Estados Unidos, onde buscou tratamento no Virginia Cancer Institute e no Sloan Kettering Cancer Center, referência mundial em oncologia.


A força com que Preta expôs sua vulnerabilidade emocionou o país. “Sei que fiz a escolha certa em dividir com as pessoas as minhas vulnerabilidades e meus sofrimentos. Mas com a cabeça erguida, como sempre foi, desde o começo”, disse ao vencer o Prêmio Faz Diferença, do Globo, em 2024.



Além da carreira musical, Preta teve forte presença na televisão, atuando em novelas, séries e filmes. Em 2009, criou o Bloco da Preta, que se consolidou como um dos mais populares do carnaval carioca e, depois, também em São Paulo.


Empresária visionária, fundou a Mynd, agência de influência e entretenimento voltada para artistas e criadores, ao lado de Fátima Pissarra e Carlos Scappini.


Bissexual assumida, artista sem amarras, Preta Gil fez do seu corpo e da sua voz espaços de liberdade e transformação. Sai de cena como entrou: intensa, generosa e verdadeira. E deixa um legado que ultrapassa o palco.

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