Motörhead, 50 anos depois: Lemmy Kilmister vira estátua, mas nunca será pedra
- Marcello Almeida
- 11 de mai.
- 2 min de leitura
Stoke-on-Trent eterniza o filho mais barulhento que já teve — com metal, fumaça e o peso de uma história que nunca se calou

Porque enquanto existir um riff, um baixo distorcido e uma garganta rasgando verdades, Lemmy ainda estará entre nós.
Foi em Burslem, coração de Stoke-on-Trent, que tudo começou. E foi ali, na última sexta-feira (9), que o ciclo ganhou uma nova forma: não de fim, mas de eternidade. Centenas de fãs do Motörhead se reuniram para presenciar algo que vai muito além do bronze — uma celebração de carne, osso, ruído e memória.
Uma estátua de dois metros de altura agora ocupa a Market Place. Imponente. Intocável. Lemmy Kilmister, do jeito que o mundo aprendeu a respeitar: chapéu, pose firme, baixo na mão e aquele olhar de quem nunca pediu permissão pra existir. A escultura, assinada por Andy Edwards — fã e artista —, não tenta suavizar nada. Ela estampa Lemmy nos anos 80, em sua forma mais crua, mais viva, mais ele.
Mas não foi só o metal fundido que falou alto naquela tarde. As cinzas de Lemmy também estavam lá. Trazidas em uma procissão de motos que fez o chão tremer. Porque Lemmy não era só voz — era motor, era estrada, era velocidade. Era atitude. Era um sermão pregado com amplificador no talo.
A homenagem celebra os 50 anos do Motörhead, uma das bandas que redefiniram o significado de “rock pesado”. E deixa claro: por mais que o tempo passe, certas presenças não se apagam. Elas viram estátua, sim. Mas também viram lenda, trilha sonora, tatuagem e grito preso na garganta de todo fã que sabe que viver é também berrar contra o tédio.
Lemmy não morreu. Ele virou monumento — e, mais do que isso, virou verbo.
Viver como Lemmy é recusar o silêncio. É desafiar o sistema com um baixo na mão e verdade na cara.
Comentários