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Jonathan Ferr retorna repleto de vitalidade e explorando os poderes da voz no bonito 'Liberdade'

Atualizado: 23 de jul. de 2023

O novo disco do pianista carioca configura como um dos mais belos trabalhos de 2023. Uma obra inspiradora e motivadora, repleta de boas energias e melodias sucintas e precisas.

Crédito: Renan Oliveira / Divulgação


O renomado pianista e compositor carioca Jonathan Ferr está de volta com um disco repleto de ótimas vibrações e surpresas. Partindo do encontro de onde parou seu disco anterior, 'Cura' de 2021, Ferr mergulha na fusão do Urban Jazz com o Hip Hop no novo e saboroso ‘Liberdade’ (2023). Um disco que explora novas camadas, como o uso de vozes nas canções, e se abastece de sonhos, amor, felicidade e resistência. Explorando um lado experimental do músico e pianista.


Assim como no trabalho anterior, ‘Liberdade’ assume o protagonismo para concretizar de vez a cura através da música. Impressionante como Ferr consegue captar todos os elementos necessários do R&B, Funk, Jazz e Rap, e agora com um atrativo que incorpora ainda mais a obra do artista: canções cantadas e a presença de convidados excepcionais.


O nome ‘Liberdade’ pode muito bem ter sido uma escolha motivada e inspirada pela mudança do pianista para a cidade de São Paulo. O álbum possui 10 faixas, das quais nove são cantadas e a maioria por vozes femininas. A exceção fica por conta da abertura com “Correnteza”, uma faixa totalmente instrumental que segue como uma sequência do disco anterior. Jonathan sempre fez do piano sua voz principal para narrar suas histórias e questionamentos, porém, a inserção de vozes parece ter funcionado como um estímulo para aprimorar sua obra e experimentar novas camadas e possibilidades.


A faixa título (“Liberdade”), que surge na sequência, já esbanja as mudanças através dos vocais potentes da maranhense Kaê Guajajara, que brilha ao lado das notas agridoces e jazzísticas de Ferr ao piano, criando Conexões que conectam o ouvinte com o seu eu pessoal, fazendo um convite para viajar em pensamentos. A liberdade alcançada pelos vocais ganham novas proporções na seguinte “Rio Nilo”, que marca o potente encontro entre a baiana Luedji Luna com a força expressiva e autêntica da rapper paulista Stefanie. Uma faixa que vai crescendo gradualmente no decorrer do seu tempo. Uma canção muito bem definida, repleta de nuances convidativas para adentrar na proposta do novo trabalho.


O novo disco do pianista carioca configura como um dos mais belos trabalhos de 2023. Apresenta um time de colaboradores excepcionais que agregam vitalidade e força nas canções. "A cura está acontecendo".

Uma obra inspiradora e motivadora, repleta de boas energias e melodias sucintas e precisas. Além de Ferr se mostrar um excepcional cantor em três das canções do álbum, uma delas a vitalizante e enérgica "Meu Sol", que esbanja um esplendor memorável. Ele ainda divide os vocais com duo Àvuá com a conexão das rimas pontuais e precisas do rapper Rashid. O pianista usa das colaborações para juntar os fragmentos de sua música e renascer ainda mais versátil e contemporâneo. Agraciando os ouvidos do ouvinte para se concentrar nessa extensão graciosa do que foi começado em 'Cura'. São canções que sabem se abastecer da voz para ganhar vida, entusiasmo e emoções distintas. Esse é aquele tipo de disco que desencadeia uma série de sentimentos e reflexões, porém, todos eles emanam coisas positivas. Essa sempre foi a essência da música de Ferr, curar com melodias cada vez mais libertas para voar pela imensidão do céu azul.



Outro ponto interessante do disco fica por conta da misteriosa e expansiva "We Never Change", única faixa em inglês do disco, carregada pelo prisma da britânica Jesuton. Já na bonita "Gota", Tassia Reis solta a voz e incendeia o disco já perto do seu final. A canção também conta com a participação do beatmaker Black Alquimista. Um balsamo para renovar as forças e a esperança de dias melhores. Detalhes que são reforçados e aprimorados na distinta e climática "O Amor Não Morrerá", que encerra o trabalho com aquele gostinho de quero mais, deixando aquele sentimento de missão cumprida, tudo que Jonathan Ferr propões em 'Cura', ganhou novas proporções e camadas ampliando seu campo de visão sobre sua própria obra.

'Liberdade' é mais um trabalho exuberante de Ferr, que sempre nos deixa com aquele brilho no olhar e cheios de esperança e positividade na vida e na música brasileira. Ferr nos concede uma viagem subliminar, uma experiência afável que ganha proporções cada vez mais expansivas entre o Jazz contemporâneo que flerta agridocemente com os ritmos do Rap, R&B e Jazz. Mais um grande e poderoso álbum nacional para esse início de 2023. Daqueles que afloram inúmeros sentimentos e emoções. A força musical de Jonathan Ferr é latente, arrebatadora e potente na medida certa. Perfeito do início ao fim.

 

Liberdade

Jonathan Ferr


Lançamento: 27 de janeiro de 2023

Gênero: Jazz, R&B, Hip Hop, Neo-Soul

Ouça: "Liberdade", "Meu Sol", "Rio Nilo"

Humor: Libertador, Harmonioso, Poderoso


 

NOTA DO CRÍTICO: 8,0

 

Ouça "Rio Nilo" abaixo:



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