Instant Holograms On Metal Film preserva a magia e o hipnotismo musical do Stereolab
- Eduardo Salvalaio
- há 16 horas
- 2 min de leitura
Apesar de 15 anos sem lançar nada, os ingleses chegam firmes com o novo disco

Algumas bandas como a londrina Stereolab são difíceis de serem totalmente definidas através de um pequeno texto. E, certamente, todo ouvinte que sempre pesquisou por música e que passou pelos 90’s deve ter um disco preferido dos ingleses.
Para muitos, por si só, mesmo diante de uma abastada discografia, fácil colocar Mars Audiac Quintet (1994), Emperor Tomato Ketchup (1996) e Dots And Loops (1997) como discos indispensáveis para entrar na discografia do grupo.
O Stereolab surgiu ainda no início dos 90’s com um som interessante e que tinha muitas ideias trabalhando em conjunto. Pegava as melodias Pop 60’s, passava por experiências ligadas ao Kraut-rock sobretudo baseadas em bandas como Neu! e também não deixava de absorver muito da sonoridade que era moda na década.
Embora tenham feito seu sucesso maior durante os 90’s, a década seguinte continuou inventiva para o grupo. Porém, eles se separaram após 2010 com os integrantes saindo em outros projetos musicais ou se lançando em carreira solo. Em 2019, o grupo voltou a se reunir para se apresentar em alguns concertos. Era um bom sinal.
Liderada pela vocalista Laetitia Sadier e pelo tecladista Tim Gane, a banda conquistou por trazer uma sonoridade que trafega entre o retrô e a modernidade. Canções padronizadas em mudanças, nuances, camadas e ritmos hipnóticos. Apesar de 15 anos sem lançar nada, os ingleses chegam firmes com o novo disco, Instant Holograms On Metal Film (2025).
A breve ‘Mystical Plosives’ abre o disco com um jeitinho Kraftwerkiano de ser. Adiante, ‘Aerial Troubles’ e ‘Esemplastic Creeping Eruption’, destaques do álbum, evidenciam massivamente as características da banda que continuam presentes e atuais: harmonias vocais, sintetizadores criativos e melodia que gruda de primeira.
‘Melodie Is A Wound’ se estende por quase 8 minutos com um apelo Pop no início, posteriormente ganha sopros e efeitos distorcidos, criando um cenário sonoro experimental ou até mesmo psicodélico. ‘Immortal Hands’ tempera a Eletrônica do grupo com certo sabor Folk e se guia por uma melodia de batida discreta, pianos e cordas.
Outra particularidade notória do Stereolab é a capacidade bilíngue de Laetitia (que nasceu em Paris). Ela canta muito também em francês, o que fica totalmente expresso na faixa ‘Le Couer Et La Force’. Entretanto, mesmo sem vocais, a sonoridade funciona bem mesmo quando a faixa é totalmente instrumental, caso de ‘Electrifield Teenybop!’ que se encaixaria bem numa trilha sonora.
O novo disco possui perto de 1 hora de duração. Isso pode ser um obstáculo para alguns, sobretudo na atualidade, onde música necessita de mais atenção e calma para ser apreciada. Os fãs de longa data não têm do que reclamar, e, quem deseja se iniciar na sonoridade do Stereolab, pode até começar com Instant Holograms On Metal Film, pois terá uma boa visão sobre a banda sem nem precisar recorrer aos discos antigos.

Instant Holograms On Metal Film
Stereolab
Ano: 2025
Gênero: Rock Aternativo, Indie Pop, Rock Experimental
Ouça: 'Aerial Troubles', ‘Immortal Hands’, ‘Melodie Is A Wound’
Pra quem curte: Panda Bear, Constant Smiles
Humor: Atmosférico, Hipnótico, Sofisticado
Veja o vídeo de ‘Aerial Troubles’:
NOTA: 8,0