Eduardo Salvalaio
- 17 de nov. de 2022
- 2 min de leitura

How The Light Felt do Smut mergulha de cabeça na sonoridade 90’s

Uma banda vivendo em 2022 sem medo de mostrar sua paixão pelos 90’s

Smut é uma banda de Cincinnatti que tem na década de 90’s o principal ingrediente para a sonoridade que executa. O quinteto é composto por Tay Roebuck (vocais), Bell Cenower (baixo e sintetizadores), Andrew Min (guitarra), Sam Ruschman (guitarra) e Aidan O’Connor (bateria). O grupo conta com um début intitulado "End of Sam-Soon” (2017) e chega agora ao segundo disco, “How The Light Felt”.

A vocalista Roebuck que ainda atravessa uma fase delicada de luto e pesar por causa da morte da irmã em 2017, diz que esse momento influenciou em parte no recente disco. Em contrapartida, tais sentimentos não transpareceram tão facilmente, a exemplo de ‘After Silver Leaves’ com sua melodia docemente Pop e fácil de decorar, ideal para sair num dia ensolarado.

Realmente muitas influências 90’s passam nas 10 faixas do álbum. Slowdive, The Primitives, Lush e Cranes visitam frequentemente a mente do ouvinte. Os vocais cândidos de Roebuck criam um clima propício que resgatam a nostalgia da época, sobretudo quando a atmosfera etérea é uma constante, exemplo da faixa título ‘How The Light Felt’.

‘Janeway’ demonstra muitas influências do Shoegaze inclusive por conta da guitarra mais acentuada. ‘Morningstar’ traz uma batida flertando com a Eletrônica mas não esquece de fazer conexão com guitarras dedilhadas que em seguida ganham mais energia. Com uma doçura típica de The Sundays, ‘Person Of Interest’ traz vocais em falseto em meio a belas guitarras e sintetizadores suavizados.

Faixas como ‘Unbroken Thought’ e ‘Believe You Me’ seguem por um caminho mais tímido, melancólico. A primeira prioriza um arranjo acústico, enquanto a segunda com sua batida leve e descontraída explora os dotes vocais de Roebuck. Uma banda vivendo em 2022 sem medo de mostrar sua paixão pelos 90’s. E funciona.