Especial Música Nordestina: 9 discos marcantes que enaltecem Alagoas
- alexandre.tiago209
- há 15 horas
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A música alagoana segue viva, iluminando o passado, inspirando o presente e abrindo caminhos para o futuro

A música brasileira é uma das mais ricas do mundo, marcada por uma diversidade de ritmos, sons e estilos que revelam sua força cultural. De norte a sul, cada região contribui de forma significativa para esse ecletismo, consolidando o Brasil como uma verdadeira potência musical.
Mesmo com tamanha importância, muitos artistas e discos nordestinos ainda não recebem o reconhecimento merecido. Nomes que transitam pela MPB, rock, samba, forró, maracatu, samba-reggae e tantas outras vertentes continuam sendo tesouros escondidos da nossa cultura.
Por isso, o Teoria Cultural lança este especial dedicado em celebrar a música nordestina. Vamos destacar obras e artistas que marcaram o passado e seguem renovando o presente, merecendo espaço, respeito e, acima de tudo, audição atenta.
Nossa parada agora é em Alagoas, um verdadeiro berço cultural do Nordeste brasileiro. Terra de ritmos, cores, poesias e histórias, o estado construiu uma identidade musical rica, diversa e profundamente conectada às raízes populares do país. Com sua diversidade sonora, os artistas alagoanos transformaram suas vivências em melodias que atravessam gerações e fronteiras com sua rica culturalidade.
Ouça sem moderação!
1. “Guerreiro Alagoano” – Clemilda (1978)

Ícone do forró e da música nordestina, Clemilda eternizou seu nome na música nordestina com “Guerreiro Alagoano”. O álbum é uma celebração à cultura popular, à religiosidade e as tradições nordestinas. Com letras cheias de irreverência e ritmo contagiante, o disco exalta as tradições do folclore e o espírito guerreiro do povo de Alagoas, sendo um retrato fiel da força feminina no forró.
2. “Cérebro Magnético” – Hermeto Pascoal (1980)

Gênio e visionário, Hermeto Pascoal levou o nome de Alagoas ao mundo com sua música livre, experimental e sem fronteiras. “Cérebro Magnético” é uma das obras mais ousadas de sua carreira, combinando jazz, música regional e improvisação.
Gravado em um momento de efervescência criativa, o disco traduz o universo sonoro de Hermeto, um artista que transforma o cotidiano em arte e faz da música um campo infinito de invenção.
3. “Rosa de Sol” – Carlos Moura (1982)

Com influências da MPB, do samba e da poesia regional, Carlos Moura entrega em “Rosa de Sol” um trabalho delicado e solar. Suas canções misturam romantismo e crítica social, embaladas por arranjos sofisticados e melodias que refletem a alma do povo alagoano.
É um álbum que respira o clima das praias e do sertão, com uma musicalidade que emociona e encanta. Uma das faixas de destaque é “Minha Sereia” que vem a ser uma bonita homenagem musical à cidade de Maceió.
“Coisa de Acender” – Djavan (1992)

O alagoano Djavan é um dos grandes nomes da música brasileira, e Coisa de Acender marca um de seus momentos mais inspirados. O álbum traz clássicos como “Linha do Equador” e “Se...”, em que o artista mistura jazz, soul, pop, MPB, identidade alagoana e ritmos brasileiros com sua voz inconfundível e poesia singular.
É um trabalho que une sofisticação, leveza e emoção, reafirmando o talento de Djavan como um dos maiores compositores do país.
5. “Mopho” – Mopho (2000)

Representando o rock psicodélico alagoano, a banda Mopho lançou em 2000 um dos álbuns mais cultuados da cena independente brasileira. O disco homônimo é um mergulho em riffs inspirados nos anos 1970, letras introspectivas e um som autêntico que mistura Beatles, Mutantes e alma nordestina. “Mopho” é prova de que o rock também pulsa forte no coração de Alagoas.
“Beleza Delicadeza” – Wilma Araújo (2005)

O disco “Beleza Delicadeza” da cantora Wilma Araújo é um retrato da elegância da MPB feita em Alagoas. Com voz doce e interpretação intensa, Wilma mistura bossa nova, samba e regionalismo em um disco de atmosfera leve, mas cheio de emoção e autenticidade.
Uma joia que celebra a feminilidade, a arte e a poesia nordestina com versatilidade alagoana. O álbum consagra a artista como umas grandes vozes femininas de Alagoas.
“Quilombagem” – Vibrações (2010)

O reggae alagoano ganhou voz e consciência com a banda Vibrações. Em “Quilombagem”, o grupo celebra a ancestralidade africana e discute resistência, liberdade e justiça social. As letras politizadas, o groove contagiante e o espírito de união fazem do disco uma das obras mais importantes do reggae nacional, mostrando que Alagoas também é território de luta e esperança.
"Mestiço” – Gato Negro (2022)

A nova geração do rock alagoano encontra seu espaço com a banda Gato Negro e o disco “Mestiço”. Misturando rock alternativo, ritmos brasileiros e poesia urbana, o álbum reflete a pluralidade da juventude alagoana.
É uma obra vibrante, que fala de identidade, resistência e amor em tempos de mudança, mostrando a força do som independente do estado.
“Nyron Higor” – Nyron Higor (2025)

O talentoso Nyron Higor apresenta “Nyron Higor” um álbum atmosférico e sofisticado, onde a MPB se entrelaça com o jazz, o funk e até o trap, criando uma fusão sonora envolvente e moderna. O resultado é uma obra que evoca a nostalgia dos anos 1970, mas com um frescor contemporâneo e identidade própria.
Com produção refinada e arranjos que respiram liberdade criativa, o disco revela um artista maduro, atento às raízes brasileiras, mas aberto ao experimentalismo. Cada faixa é construída com sutileza, unindo melodias quentes, letras introspectivas, colaborações especiais e uma sonoridade que convida à imersão ao mesmo tempo que se reafirma como novo nome da música alagoana e da música nordestina com versatilidade única.
Do forró ao jazz experimental, da MPB ao reggae e rock vibrante, do lirismo à potência popular, Alagoas comprova ser um estado que respira arte. Cada disco é um capítulo da história musical nordestina, mostrando que o verdadeiro som do Brasil nasce do encontro entre tradição, emoção e inovação.
Seja no batuque de um tambor ou na melodia de um violão, a música alagoana segue viva — iluminando o passado, inspirando o presente e abrindo caminhos para o futuro.











