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Bomba no metal: Mustaine ataca Metallica e diz que usaram seus riffs sem permissão

“Todos bebíamos. Não era só o Dave-Alcoholica”

Metallica com Dave Mustaine
Dave Mustaine e o Metallica (Brian Lew)

Dave Mustaine, o eterno desafeto e criador de batalhas do metal, reacendeu uma das feridas mais profundas da história do gênero. Quarenta anos depois de ser expulso do Metallica, o vocalista e líder do Megadeth voltou a atacar — e com força. Em uma entrevista de três horas, Mustaine detalhou o que ele chama de “falta de caráter grotesca” por parte dos ex-companheiros e acusou a banda de ter usado suas composições sem autorização.



“Todos nós bebíamos. É por isso que nos chamavam de ALCOHOLICA”, disse ele, negando que o motivo de sua demissão tenha sido exclusivamente o álcool. “Quero dizer, eles não chamavam de DAVE-ALCOHOLICA. Todos nós bebíamos. E eles continuaram a beber assim mesmo depois que eu saí.” Segundo ele, o ambiente já era insustentável — mas o que o destruiu foi a maneira como foi descartado.


Mustaine narrou o episódio como uma traição repentina. “Quando chegamos a Nova York, eu tinha um rolo de fita, esta fita de um quarto de polegada, que tinha provavelmente dois dias de riffs de guitarra, apenas eu tocando e tocando e tocando.” Após dois shows, ele foi acordado com a sentença: “Você está fora da banda.” Sem aviso. Sem segunda chance. Sem discussão. Apenas a porta fechando nas costas dele.


Mais do que a demissão, a revolta de Mustaine é com o legado. Segundo ele, riffs que compôs ainda estão espalhados pela discografia do Metallica — alguns sem crédito. “Você ouve os riffs, você sabe que são meus riffs. É tipo, você acha que de repente vou ouvir meu riff e dizer: ‘Esse não sou eu?’” Ele afirma ter escrito músicas como The Four Horsemen, Jump In The Fire, Phantom Lord, Metal Militia e até Ride The Lightning e The Call of Ktulu. Mais: diz ter contribuído com Leper Messiah e garante que “todos os solos daquele primeiro disco eram meus – o melhor que Kirk [Hammett] podia tentar copiar.”



Com a amargura de quem nunca esqueceu — e com a língua tão afiada quanto os riffs que o consagraram — Mustaine segue construindo sua narrativa. E se o Metallica seguiu em frente, Mustaine fez do passado combustível para sua fúria criativa. Um combustível que ainda arde.


A novela continua. E o thrash metal agradece.

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