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Um Terror de Parentes: terror e comédia andam juntos embora a sintonia não seja eficiente o tempo inteiro

A homenagem ao prolífico e saudoso terror 80’s começa logo nos minutos iniciais

Um Terror de Parentes
Crédito: Max / Divulgação

Mesmo quando o gênero Terror não chega com algo novo e/ou original, ele tenta criar uma narrativa diferente ao fazer homenagens ou abordar referências a grandes clássicos do passado. Às vezes o filme pode ser sério e bem sangrento, outras vezes chega carregado de humor e sarcasmo com cenas e clichês memoráveis que o próprio gênero criou. A segunda opção citada anteriormente foi a escolhida pelo diretor Craig Johnson em Um Terror De Parentes (The Parenting, 2025).



 

Com o roteiro de Kent Sublette, o filme mistura terror, comédia e humor negro. Por vezes pode até incomodar dependendo do tipo de espectador (com piadas envolvendo genitálias, palavrões e animais sendo mortos, fica o aviso desde já). Claro, não faltaram referências ao Cinema 80’s como A Morte do Demônio (1981), Poltergeist: O Fenômeno (1982), Beetlejuice: Os Fantasmas se Divertem (1988), entre outros.

 

A homenagem ao prolífico e saudoso terror 80’s começa logo nos minutos iniciais. O ano é 1983 e acompanhamos uma família ser atormentada por uma entidade maligna, numa passagem que consegue assustar e ser cômica simultaneamente. A cena ficou bem feita, sobretudo pelo figurino e pelas cores típicas da época.

 

Em seguida, vamos para os tempos atuais onde Rohan (Nik Dodani) e Josh (Brandon Flynn) alugam uma imponente mansão isolada numa floresta. Ambos convidam seus pais para um final de semana no lugar, entretanto a residência guarda segredos e mistérios que podem atrapalhar a estadia das famílias.

 

Outro ponto que o filme abrange: a convivência em família. Dificuldades, embaraços, desentendimentos. Com pitadas de humor, a película explora isso bem, inicialmente. Seja a mãe que usa o banheiro e é pega sentada no vaso sanitário ao deixar a porta aberta, seja no almoço entre as famílias onde algo acaba dando errado.

 


O sobrenatural aqui contribui para a maioria das cenas cômicas, sobretudo entre personagens que mal sabem o que a casa lhes aguarda. Como exemplo temos a passagem com a pessoa possuída que aparece nu entre os convidados e lança aquele jorro de vômito (herança dos filmes de exorcismo) e a primeira noite onde um espírito faz barulho pela casa e os convidados acham que é um dos casais transando. 


Crédito: Max / Divulgação
Crédito: Max / Divulgação

O longa tem sua primeira metade com algumas boas sacadas, piadas espertas e consegue se manter vivo pois equilibra sua trama com humor, terror, sustos e  situações inusitadas. Isso não acontece com a segunda metade, infelizmente. Piadas cansativas, a química entre suspense e humor perde em parte o impacto, a trama acaba despencando para o óbvio e o final chega sem criatividade.

 

A película conta com um elenco atraente. Traz nomes de peso e atores/atrizes experientes como Brian Cox as série Succession (aqui em boa atuação, como sempre), Dean Norris (Breaking Bad), Lisa Kudrow (Friends) e Edie Falco (The Sopranos). A trilha sonora também é convincente, compreendendo bem o espírito e a atmosfera do Cinema 80’s.

 

O filme de Craig Johnson funciona como um entretenimento regular e efêmero. As ideias são boas, se juntam bem até nos primeiros minutos, entretanto resvalam para uma meia hora final com cenas ridículas e banais. Muitos se lembrarão de filmes que trouxeram a veia cômica e a paródia junto ao terror como O Jovem Frankenstein (1974) e Todo Mundo Quase Morto (2004), mesmo que Um Terror de Parentes não possua o mesmo brilho que eles.


Um Terror de Parentes

The Parenting


Ano: 2025

Gênero: Terror, Comédia

Direção: Craig Johnson

Roteiro: Kent Sublette

Elenco: Brian Cox, Dean Norris, Lisa Kudrow, Edie Falco

País: Estados Unidos

Duração: 100 min

NOTA DO CRÍTICO: 6,0

Trailer:


 


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