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Tchia entra no gênero open-world com uma aventura colorida, tropical e destinada a muita exploração

Tchia, da desenvolvedora Awaceb, chega como mais um jogo de mundo aberto, porém traz sutis novidades e diferenças.

Imagem divulgação.

Com muitas opções no mercado, jogos de mundo aberto (open-world) precisam sempre apresentar um diferencial no conteúdo que trazem. Horizon Zero Dawn inovou com máquinas que lembravam animais e Ghost Of Tsushima nos levava ao passado para um amplo Japão feudal. Apesar disso, a fórmula desse gênero continua imutável através dos anos: colete itens, adquira habilidades, faça missões primárias e secundárias, avance na história, descubra mais lugares dentro do mapa.


Tchia, da desenvolvedora Awaceb, chega como mais um jogo de mundo aberto, porém traz sutis novidades e diferenças (que podem agradar alguns, outros nem tanto). O projeto do estúdio chega como uma homenagem à Nova Caledônia. Os criadores fizeram questão de capturar a cultura, o relevo, a fauna e a flora do arquipélago francês e trazer fielmente para o jogo.


O jogador acompanhará a garota Tchia que precisa navegar pelo arquipélago para resgatar seu pai que foi sequestrado pelo tirano Meavora. Por meio de um barco artesanal, a pequena irá percorrer as ilhas ao redor atrás de alianças e de itens que podem ajudá-la nessa missão.


Espere muita exploração, escaladas, mergulhos, navegações e saltos com paraquedas (feito com folhas de coqueiro e dado de presente por seu pai). Apesar de não tão gigante, se comparado com outros jogos do gênero sandbox/open world, o jogador precisará vasculhar cada canto se quiser obter todos os colecionáveis (e eles passam de 300 itens).


Para quem gosta de platinar um jogo, essa exploração será necessária, pois um dos troféus exige 100% de aproveitamento. E isso implica fazer e coletar tudo, além de ter visto toda a fauna, flora e visitar todos os lugares possíveis.

Problema de Tchia é ter muita coisa para explorar em torno de uma história curta. O jogador chega ao final bem rápido (a exploração toma 80% do jogo). Entretanto, quem não é fã de andar muito por mapas, pode largar o jogo logo no início.



O mapa também conta com uma inovação. Apesar de ter os pontos cardeais e poder marcar o próximo destino de chegada, o jogador precisa ser bem intuitivo porque a posição da garota não é marcada no mapa (embora os itens e atividades sejam).


Logo nos primeiros minutos, o jogador pode se sentir confuso. E esse é um jogo em que a todo momento precisaremos nos guiar pelo mapa. Contudo, após um tempo, o jogador se acostuma com o mapeamento e estará bem orientado pelo compasso de sua bússola que é uma ajuda e tanto no jogo.


Alguns lugares são apenas acessados após determinados capítulos da história ou depois de certas habilidades adquiridas com o toque do ukulele, mas alguns deles são bem escondidos e dependem da observação do explorador.


Ainda sobre o ukulele, o jogo apresenta partes musicais bem cativantes e inspiradas em jogos de ritmos musicais como The Artful Escape e Guitar Hero, onde é preciso acertar os acordes que são apresentados na tela.


Também existem diversas atividades extras como estandes de tiro (para testar a mira do seu estilingue), trampolins de mergulho, corridas, caça ao tesouro e você tem até mesmo a liberdade de explodir várias estátuas de Meavora espalhadas pela ilha.


Entre essas atividades, uma das mais interessantes é esculpir uma cabeça de totem que nos permite entrar em templos. No interior deles, temos uma fruta que aumentará nossa estamina, todavia ela só será concedida caso tenhamos êxito em missões que envolvem mira, stealth, percepção e pulos precisos.

Por exemplo, em certa missão viramos uma esfera gigante que precisa passar por vários obstáculos até a fruta, em outra, precisamos passar através de um caminho vigiado por um olho que solta laser caso nos encontre. Realmente são partes bem bacanas e variadas de Tchia.


O jogo pretende ser o mais realista possível. Caia de grandes alturas sem ativar o paraquedas, é morte na certa. Mesmo ao mergulhar, uma barra de estamina nos guia sobre o tempo de oxigênio que ainda temos. Apesar disso, soa estranho quando nossa pequena personagem sobe morros elevados parecendo uma cabra ou então escala prédios gigantes tal qual fosse o Homem-Aranha (embora facilita em encurtar distâncias).



Apesar de andar muito pelas ilhas, outra inovação oportuna nos é apresentada. Podemos migrar a alma de Tchia para objetos e animais. Portanto, em longas distâncias, é vantagem transferir a alma para um pássaro. Além de mais veloz, podemos observar do alto vários pontos de interesse e itens pelo cenário. Precisa escavar algum lugar para um baú escondido? Transforme-se em um cachorro. Esse sistema ajudará também em muitas tarefas e puzzles que surgem pela frente.


Tentando seguir por um viés tropical e descontraído, os gráficos exploram o colorido e, sem apelar para exageros visuais, são bonitos, vivos e animados, sobretudo o oceano e suas profundezas. Sair mergulhando entre um recife de corais com vários peixes ao redor passa uma sensação de paz durante a exploração. E por mais simples que possa parecer, há grutas, passagens secretas, templos e até navio encalhado para encontrar.


Os combates não ficaram de fora. Para tirar a ideia de jogo violento e sangrento sem esquecer da Ação, Tchia coloca soldados de tecido no lugar de humanos. A garota precisa lidar com esses inimigos que estão espalhados em acampamentos pelos cenários. Para isso, usa explosivos e lamparinas como armamentos. Mas não pense que é fácil, pois em várias ocasiões você pode terminar cercado por muitos soldados.

Infelizmente, o estilingue que nos é dado logo no início do jogo, acaba esquecido e sem muita função (a não ser nos estandes de tiros). O lançamento de explosivos também poderia ser mais aprimorado, muitas vezes não sai conforme miramos ou com muito impacto. O jogo disponibiliza apenas 10 portos existentes para viagem rápida (poderiam existir mais). Portanto, o jogador precisa articular bem sua rota de exploração.


Tchia é um jogo de um estúdio em crescimento que faz uma homenagem carinhosa à sua terra natal. E mesmo que não funcione perfeitamente e não se transforme num dos jogos do ano, garante um espaço tanto no coração do jogador infantil como do adulto. E ainda foi gratuito para os assinantes da PSN Plus no dia do lançamento. Pronto para virar um aventureiro?

 

Tchia


Lançamento: 21 de março de 2023

Desenvolvedores: Awaceb

Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Microsoft Windows

Modo: Jogo Eletrônico para um jogador

Gênero: Ação, Aventura


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,0

 

Trailer do jogo:




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