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System of a Down encerra turnê com show histórico em Interlagos e entrega o maior set da carreira

O System of a Down não fez um show. Fez um rito de passagem

System of a Down
System of a Down em SP (Clemente Ruiz/Facebook Serj Tankian)

Na noite do dia 14 de maio, diante de um mar de corpos vibrando no Autódromo de Interlagos, São Paulo se tornou o ponto final de uma era. Não apenas o encerramento da turnê Wake Up!, mas o adeus visceral de uma banda que nunca tocou leve, nunca falou baixo, nunca passou em branco.



Foram 2 horas e 20 minutos de catarse, suor e insanidade coletiva — o maior setlist da carreira da banda. Trinta e oito músicas. Uma explosão que superou o recorde anterior, cravado em 2015, na terra natal da banda, Yerevan, na Armênia. O que parecia insuperável caiu diante do público brasileiro — mais uma vez.


Antes do apocalipse começar, quem abriu a noite foi o Ego Kill Talent — banda que acompanhou a tour inteira e que, com todo respeito, já virou praticamente um item do kit-turnê. Muita gente na pista já conhece até as falas de cor. Nada pessoal, mas… talvez seja hora de um intervalo. Em seguida, o lendário AFI reacendeu o pavio com seu punk de combate, preparando o terreno para o que estava por vir.


E então, veio o SOAD

System of a Down no Brasil. (Foto: Daniel Knighton /Divulgação)
System of a Down no Brasil. (Foto: Daniel Knighton /Divulgação)

A abertura com “X” foi um soco no peito. Sem tempo pra respirar, vieram “Attack”, “Suite-Pee”, “Prison Song” e a combustão incontrolável de “Violent Pornography”. Cada faixa era um gatilho emocional. Cada riff, uma sirene que chamava à rebelião.


Mas foi com “Toxicity” que o chão tremeu de verdade. Daron Malakian — meio maestro, meio incendiário — pediu rodas punk e sinalizadores. O público obedeceu. E se jogou. Interlagos virou campo de batalha e celebração. Um caos coreografado por almas que, mesmo exaustas, não paravam de cantar.





E quando “Sugar” finalizou a noite, não foi só uma música. Foi uma eucaristia barulhenta. A banda se abraçou sob os fogos de artifício, enquanto uma multidão suada, rouca e rendida aplaudia de olhos marejados. Era o fim. Mas era também um início — o de uma lenda que agora faz parte do asfalto, do ar e da memória do país.


Não foi apenas o maior show da turnê. Foi um testamento. O System of a Down não voltou ao Brasil. O System se cravou em Interlagos.

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