Squid-'Bright Green Field' e a revolução do Pós-Punk Inglês
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Squid-'Bright Green Field' e a revolução do Pós-Punk Inglês



O som enérgico do Squid, banda inglesa da cidade de Brighton, começou a ganhar evidência no final de 2016, com os lançamentos de alguns singles, o que chamou atenção do selo Speedy Wunderground. O nome da banda começou a ficar conhecido e falado. Logo surgiram as primeiras apresentações em festivais e o lançamento do EP ‘Town Centre’ em 2019, levando a banda a fechar um contrato com a gravadora Warp. Com a colaboração do produtor Dan Carey (Fontaines e Kae Tempest), o grupo entrou em 2021, com o pé direito com seu debut ‘Bright Green Field’ que saiu no início de ano.


A banda é formada pelo quinteto: Ollie Judge (vocais, bateria), Louis Borlase (vocais, guitarra), Anton Pearson (guitarra), Laurie Nankivell (baixo) e Arthur Leadbetter (teclados). Juntos demostram de maneira visceral a paixão pela música, principalmente pelo Pós-Punk, com seu som que passeia por uma característica própria. Uma mistura entre vocais gritados, meio cantados, guitarras convulsivas e angulares, explosões de metais que impressionam e agradam aos mais apurados e requintados ouvidos. A semelhança com o Black Country, New Road é bem perceptível (o que coloca em relevância essa nova safra de bandas que estão reinventando o Pós-Punk inglês) em faixas como a frenética “Narrator” que passa aquela sensação de espaço e viagens cósmicas, me senti em uma viagem cósmica influenciada pelo Krautrock do Kraftwerk, e elementos jazzistas que parecem criar um portal paralelo entre o Dub, Funk e o Punk.

O álbum soa equilibrado com um ritmo delirante, dançante e atmosférico.

As guitarras energizadas e com efeitos robóticos de “Boy Racers” aguçam ainda mais a experiência com o trabalho de estreia dos ingleses, que transparecem estarem mais se divertindo do que trabalhando em suas composições, como se fossem uma avalanche de emoções descendo em alta velocidade. Eles se mostram ótimos em criar climas desconcertantes e fora dos padrões, sempre adicionando a suas músicas elementos da New Wave, com arranjos vigorosos, detalhados e letras enxutas e reflexivas.


2010” é uma das faixas mais viajadas, seja pelos vocais escalonados, suaves e caóticos. São camadas agitadas que soam pouco familiar, se tornando um verdadeiro estímulo viciante. Um verdadeiro campo verde brilhante na mente. Uma confusão de pensamentos selvagens que ganham vida, espalhando raiva, ódio, paixão, humor, solidão e até mesmo uma nostálgica sensação de felicidade durante essa busca pela verdadeira liberdade de produção criativa.


O Squid sabe se apropriar muito bem dessa liberdade. Um bom exemplo do quão longe eles podem chegar ou alcançar seu ápice criativo fica evidente em “G.S.K.” uma canção que mais parece uma mistura certeira entre Public Image Ltd e King Crimson. Uma evolução peculiar entre as vertentes do Funk Progressivo e Pós-Punk. A banda de alguma maneira consegue prender nossa atenção com uma variedade de dinâmicas e técnicas que chamam muito atenção. O rock britânico parece encontrar novamente seu caminho de volta ao mundo do Rock and Roll.

 

Ficha Técnica:

Artista: Squid

Álbum: Bright Green Field

Lançamento: 7 de maio de 2021

Gênero: Pós-Punk, New Wave e Rock Alternativo

Ouça: "Narrator", "Boy Racers" e "Global Groove"

Para quem gosta de: Fontaines DC e Dry Cleaning



 

Ouça 'Bright Green Field' no Spotify:


 

Veja o clipe da faixa "Narrator" abaixo:


 

Saiba mais acessando aqui:


 

Sobre Marcello

É editor e criador do Teoria Cultural.

Pai da Gabriela, Técnico em Radiologia, flamenguista, amante de filmes de terror. Adora bandas como: Radiohead, Teenage Fanclub e Jesus And Mary Chain. Nas horas vagas, gosta de divagar histórias sobre: música, cinema e literatura. marce.almeidasilvaa@gmail.com

 

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