Sifu captura a essência dos filmes de Kung Fu do passado exigindo paciência e dedicação do jogador
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Sifu captura a essência dos filmes de Kung Fu do passado exigindo paciência e dedicação do jogador

Sifu é uma boa e divertida experiência nesse panorama que mistura Beat’em’up/filmes de Kung-Fu

Foto: Sloclap


Sifu, desenvolvido pela francesa Sloclap (que produziu Absolver), tinha uma missão quando foi lançado. Mais do que ser um jogo misturando Ação e Beat’em’up, ele precisaria resgatar o espírito dos filmes e séries de kung-fu de antigamente. Quem fez isso bem no passado foi Kung-Fu Master (1984) e, com certo toque cômico, Jackie Chan Stuntmaster (2000). Não muito distante dos tempos atuais, podemos citar Sleeping Dogs (2012) e 9 Monkeys Of Shaolin (2020).

 

No mercado atual, não são tantos os jogos que exploram esse filão. Sifu chega então trazendo muita curiosidade, sobretudo para quem tem paixão pela cultura oriental e pelos filmes estrelados por Bruce Lee, clássicos que, certamente, muitos jogadores assistiram ainda na infância.

 

Começando logo com Ação, o prólogo nos coloca na pele do vilão Yang, um lutador que está a procura de uma pessoa. É onde o jogo aproveita para explicar os tutoriais, e, pode ter certeza, precisamos prestar bastante atenção a eles. Também constatamos que o jogo não vai oferecer trégua, pois são muitos adversários pela frente para abater.

 


Depois do final do prólogo (não explicado bastante aqui para não entregar SPOILER), vamos viver o papel de um jovem de 20 anos que, após aprender as técnicas das artes marciais, sai agora à procura de cinco grandes lutadores envolvidos na morte de seu pai.



O objetivo é percorrer 5 esconderijos onde devemos encontrar um chefe desafiador no final: cortiço, clube, museu, torre e santuário. Apesar de apresentar um colorido esmaecido para combinar bem com um filme retrô, os cenários saltam aos olhos com detalhes arquitetônicos e paisagísticos bem construídos e oferecendo ao jogador liberdade para lutar e usar o ambiente como vantagem (cadeiras, garrafas, ripas, balcões, lugares altos, etc.).

 

Os ambientes também possuem alguns caminhos/acessos bloqueados. Para isso, é preciso passar por outros esconderijos para adquirir chaves ou cartões. Com esses objetos em mãos, podemos retornar aos lugares antes bloqueados. Muitas vezes isso pode ajudar a chegar mais rápido num chefe, além de tirar em parte a linearidade do jogo e garantir um pouco mais do fator replay.

 

Mas Sifu não se resume a sair socando os botões sem pensar. Nem ouse fazer isso. Até porque existem inúmeros golpes para aprender, tanto de ataque como de defesa. Muitos inimigos oferecerão golpes brutais, logo, é preciso usar uma sequência correta para não ser derrubado. Problema é que dificilmente alguns jogadores conseguirão decorar todos. Alguns golpes também, que envolvem 3 ou mais botões, muitas vezes não são executados prontamente, sobretudo quando envolvem o analógico esquerdo.

 

Uma árvore de habilidades também confere outros golpes ou vantagens. Alguns golpes poderosos que atordoam rapidamente o adversário são adquiridos. Com pontos de experiência que ganhamos durante a jornada, podemos desbloqueá-los. Para ativá-los, é preciso preencher uma barra do personagem e, através de uma roda de golpes em câmera-lenta que surge na tela, escolhemos o preferido e basta apertar um botão. Isso ajuda muito no adversário mais forte ou em subchefes/chefes.


Outro ponto interessante é o jogo trabalhar com a idade do personagem. Começamos com 20 anos, mas conforme morremos, mais uma idade é acrescida. Quanto mais o nosso querido lutador morre, suas características vão mudando. Ao ficar mais velho, ele fica mais forte causando mais danos, em contrapartida, a barra de sua saúde diminuiu.



Também existe uma barra de estrutura que equivale a uma espécie de estamina. Essa barra, quanto mais enche, permite que a defesa do inimigo seja quebrada, pronto para ele ser derrubado facilmente (mas ela também vale para nosso personagem, portanto, o jogador precisa ficar de olho nela).

 


De qualquer forma, estamos diante de um jogo que demanda prática, necessita que o inimigo seja estudado e que impede nossa pressa em bater. O jogo é bem difícil, exige adaptação gradativa do jogador nos combates, avançamos depois de uma soma de erros e tentativas.

 

Mesmo agora após ganhar um patch com adição da dificuldade fácil e de alguns modificadores que tiram um pouco a agressividade dos lutadores, ainda disponibiliza um desafio constante, sobretudo lá para o final. Jogadores menos pacientes e sem costume com esse tipo de jogo podem ficar frustrados.

 

Para desfrutar tudo que o jogo pode oferecer, recomenda-se jogar duas vezes (ou até mais). Dois finais diferentes conforme você mate ou perdoe os 5 chefes. Além disso, também existem arenas com desafios para quem considera que a história ainda foi curta, roupas para desbloquear, habilidades para aprender e praticar. Os jogadores fãs de troféus/100% de jogo terão algumas tarefas extras para fazer.



Sifu é uma boa e divertida experiência nesse panorama que mistura Beat’em’up/filmes de Kung-Fu. Mesmo sendo curto, com uma dificuldade desafiadora e necessitando de movimentos mais precisos em alguns golpes, vai deixar muito jogador comemorando a cada esconderijo conquistado, quer ele seja mais agressivo ou mesmo mais cauteloso.

 

Jogo está gratuito para quem é assinante da PSN Plus Essencial e vale uma conferida. A versão testada foi a de PS4.

 

Sifu


Plataformas: Microsoft Windows, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Lançamento: 8 de fevereiro de 2022

Desenvolvedor: Sloclap

Gêneros: Ação-aventura, Beat 'em up

Estúdios: Sloclap


 

 

NOTA DO CRÍTICO: 8,0

 

Trailer do jogo:



 



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