Nove anos depois, Midlake retorna sem perder seu poder musical e disposto a transformações.
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Nove anos depois, Midlake retorna sem perder seu poder musical e disposto a transformações.


Créditos: Barbara FG

O Midlake surgiu em Denton (Texas) no início da década de 2000 e, como principal curiosidade, ainda desconhecido, começou seus passos num cenário bastante ligado ao Jazz, assumindo depois, logo no début, uma postura Indie Rock. A aposta deu certo e o grupo seguiu adiante. A banda surgiu e gerou impacto tal como um furacão. Logo nos primeiros discos, ganhou muitos fãs e, prontamente, a maioria dos ouvintes criou uma forte expectativa em torno dela.


Recebendo o status de uma das bandas indies mais promissoras daquela década, podemos dizer que, se entre 2004 e 2010 os americanos receberam atenção de público e crítica com os aclamados ‘Bamnan And Slivercork’ (2004) e ‘The Trials Of Van Occupanther’ (2006), o mesmo não aconteceu entre 2010 e 2020 com o grupo fora dos holofotes e com poucos discos.


Mas o Midlake não estava abatido. Alguns integrantes, após o lançamento de ‘Antiphon’ (2013), resolveram dar um tempo na música e chegaram a abrir um bar em Denton, junto aos familiares. Outros integrantes, por sua vez, saíram da banda, como exemplo, Tim Smith, o vocalista do início do Midlake. Foi então que o guitarrista Eric Pulido assumiu os vocais sem problema algum, se adaptando facilmente.


Realmente ligados à família, a própria capa do novo álbum, ‘For The Sake Of Bethel Woods’, mostra a fotografia do pai de Jesse Chandler, flautista e tecladista da banda. Estimado pela banda, o pai de Jesse faleceu em 2018, logo, o grupo fez questão de homenageá-lo.

Não apenas isso, “Noble”, uma belíssima faixa com arranjos melancólicos e vocais etéreos, mostra a compaixão dos integrantes ao citar a luta do baterista McKenzie Smith com seu filho que tem um raro problema de desordem cerebral. A sensível letra revela: ‘You Came In / Like A Cherubim / Holy In Every Way Life’s Given’.


A influência 70’s sempre foi uma das fortes características do grupo, tanto que “Meanwhile” e “Feast Of Carrion” trazem essa marca inconfundível. Destaque para a segunda faixa citada que com um instrumental unindo tanto o rock com um clima pastoril guiado por flautas e pianos, conquista o ouvinte de primeira. Porém, o Midlake não tem medo de flertar com elementos eletrônicos e faz da canção “Glistening” algo bem centrado no Indie Rock moderno e buscando mais o contorno dançante. “Exile” tem um pé na herança Pós-Punk e o refrão matador acompanha bem o instrumental enérgico.


‘For The Sake Of Bethel Woods’ precisa ser admirado sem o ouvinte exigir um novo ‘The Trials Of Van Occupanther’ (certamente o álbum mais lembrado da banda). Os tempos são outros, o envelhecimento chega, o isolamento trouxe mudanças, a dedicação para com a família e a compaixão pelos amigos exigem mais esforços. A música, claro, nunca fica de lado, apenas exige um tempo. Quase uma década sem lançar inéditas e a banda está longe de se mostrar enferrujada, pelo contrário.

 

Ficha Técnica:

MIDLAKE

'For the Sake of Bethel Woods'


Data de Lançamento: 18 março de 2022

Genero: Indie Rock

Ouça: "Noble", "Feast of Carrion" e "Exile"

Para quem gosta de: Band Of Horses e The War On Drugs


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,5

 

Assista ao vídeo de "Bethle Woods":


 

Ouça no Spotify:

















 

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