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Portraits: a música amadurecida de Birdy que se emoldura entre belos arranjos e ampla dinâmica vocal

“Portraits” é um disco para ser apreciado como um todo, sem o infeliz hábito de pular faixas.

Foto; Divulgação


Jasmine Lucilla Elizabeth Jennifer van den Bogaerde, conhecida pelo nome artístico de Birdy, é uma cantora e compositora inglesa de 27 anos. Aos 4 anos de idade já tinha algumas noções de piano por conta da mãe que era pianista. Com 12 anos, ganhou um concurso de talentos britânico chamado Open Mic UK, isso entre cerca de 10.000 concorrentes. Em 2011, chamou a atenção quando fez uma versão cover para ‘Skinny Love’ de Bon Iver. No mesmo ano, lançava seu début homônimo.


A princípio, Birdy fez mais sucesso na Europa (fora da Inglaterra) e na Austrália. Depois, começou a ter um espaço maior em sua terra natal devido a algumas canções que atingiram o topo das paradas inglesas. “Fire Within” (2013), o segundo álbum, trouxe mais segurança a cantora. A colaboração com outros artistas, a exemplo do pianista Ben Lovett da banda Munford & Sons, também acrescentou pontos preciosos em seu retrospecto musical.



Inquieta, resolveu partir para trilha sonora de filmes como Jogos Vorazes (2012), Valente (2012) e A Culpa é Das Estrelas (2014). Também teve o privilégio de cantar na abertura da cerimônia dos Jogos Paraolímpicos de Verão de 2012, em Londres.


Por ter sua formação iniciada no piano, podemos dizer que muito da sonoridade de Birdy se enriquece por panoramas acústicos e orquestrados. Entretanto, a cantora sabe flertar com o Pop-Rock e coloca o ouvinte sorridente em faixas dançantes regadas por um sabor 80’s como ‘Paradise Calling’, ‘Ruins I’ e ‘Automatic’.

Equilibrando o belo trabalho de vozes que englobam texturas, camadas e efeitos junto a um instrumental detalhado e abrangente (‘Portraits’), a cantora passeia por territórios sonoros distintos, a exemplo do Synth-Pop simpático de ‘Heartbreaker’. O piano que lhe acompanha desde a infância é peça importante aqui, todavia, o instrumento convive em paz mesmo quando vocais enérgicos tentam abafá-lo (‘I Wish I Was A Shooting’).



As influências e semelhanças que a inglesa possui são variadas, mas nunca exatas. Numa primeira audição, pode parecer que a maior inspiração foi Kate Bush (‘Raincatchers’ e ‘Battlefield’). Entretanto, não se pode limitar o alcance musical de Birdy a apenas uma cantora. Além do mais, esse é um trabalho para quem gosta tanto de Lana Del Rey como de Fionna Apple.


“Portraits” é um disco para ser apreciado como um todo, sem o infeliz hábito de pular faixas. Enaltece o espírito de resgatar o velho exercício lá dos anos 80/90 quando o prazer de descobrir um álbum inteiro era típico de nossas vidas. Cantoras como Birdy ainda conseguem causar esse efeito.

 

Portraits

Birdy


Lançamento: 22 de agosto de 2023

Gênero: Indie Rock, Synth-Pop, Pop

Ouça: "Paradise Calling", "Raincatchers", "Portraits"

Humor: Melancólico, Dançante, Nostálgico

Pra quem curte: Kate Bush, Lana Del Rey, Fiona Apple


 

NOTA DO CRÍTICO: 8,5

 

Ouça ‘Paradise Calling’:


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