Por pouco, “Bohemian Rhapsody” não se chamava “Mongolian Rhapsody”
- Marcello Almeida
- há 4 dias
- 2 min de leitura
Um título riscado, uma ideia descartada e a história da música pop poderia ter sido outra

Um rascunho inédito de Freddie Mercury revelou que o maior clássico do Queen quase teve um nome diferente. Antes de eternizar o título “Bohemian Rhapsody”, Mercury cogitou chamá-lo de “Mongolian Rhapsody”. Sim, por pouco não trocávamos a boemia pela Mongólia.
O documento veio à tona após o leilão dos pertences do cantor, organizado por Mary Austin, herdeira e amiga íntima de Mercury. Entre figurinos, objetos de palco e manuscritos, estava ali uma página com o título original escrito à mão — e logo depois riscado por Freddie, que substituiu “Mongolian” por “Bohemian”.
Especialistas apontam que o rascunho mostra como Mercury brincava com palavras de sonoridade semelhante. “‘Bohemian’, ‘Mongolian’ — mesmo ritmo”, observou Gabriel Heaton, da Sotheby’s. Para o autor Mark Blake, esse tipo de rascunho provisório era comum, citando exemplos como “Scrambled Eggs” (primeira versão de “Yesterday”, dos Beatles) e “People on Streets” (que virou “Under Pressure”, do Queen com David Bowie).
Mas se o título quase mudou, o processo de criação não deixa dúvidas sobre a grandeza da obra. “Bohemian Rhapsody” foi gravada em cinco estúdios diferentes, em sessões que somaram mais de 180 horas de trabalho. Só os vocais consumiram de 10 a 12 horas por dia, exigindo centenas de overdubs, especialmente na icônica parte operática — tão complexa que a fita chegou a correr risco de dano físico pelo excesso de gravações.
Mercury, May e Taylor dividiram os vocais. John Deacon ficou com o baixo. O resultado: uma das músicas mais ousadas e revolucionárias da história do rock.
Lançada em 1975, “Bohemian Rhapsody” vendeu milhões, dominou paradas e reinventou os limites da música pop. Décadas depois, seu videoclipe foi o primeiro dos anos 70 a ultrapassar 1 bilhão de visualizações no YouTube.
“Mongolian” foi embora com um risco de caneta. “Bohemian” ficou — e mudou tudo.
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