Plataforma é acusada de permitir faixas geradas por IA em perfis de artistas falecidos
- Marcello Almeida

- 24 de jul.
- 2 min de leitura
Por enquanto, o Spotify não anunciou nenhuma medida concreta

Uma polêmica com cheiro de ficção científica — e sabor amargo para o mundo da música — veio à tona nos últimos dias: o Spotify permitiu que músicas criadas por Inteligência Artificial fossem publicadas nos perfis de artistas já falecidos, como se fossem lançamentos oficiais.
O caso mais emblemático envolve Blaze Foley, ícone do country assassinado em 1989. A música “Together”, sem qualquer ligação estilística com a obra do músico, apareceu em seu perfil acompanhada de uma imagem genérica também gerada por IA. A denúncia partiu de Craig McDonald, da editora Lost Art, que declarou:
“Isto prejudica o legado dele. É surpreendente que o Spotify não tenha uma forma de prevenir isso.”
A faixa foi removida após a exposição do escândalo, mas levantou um alerta: como impedir que nomes históricos sejam explorados dessa forma?
A investigação do site 404 Media também encontrou o nome da mesma empresa por trás da fraude — chamada Syntax Error — em outras faixas duvidosas. Algumas foram atribuídas a Guy Clark (morto em 2016), e até a artistas vivos, como Dan Berk, sem qualquer envolvimento deles.
Mais que um embate com a IA, o episódio escancara uma fragilidade preocupante na curadoria do Spotify, que já vinha sendo criticado pela explosão de faixas artificiais e “bandas fantasmas” — como uma com mais de 500 mil ouvintes mensais, inteiramente inventada.
A pergunta que fica: quem cuida da memória dos artistas quando a tecnologia e o lucro cruzam a linha do respeito?
Por enquanto, o Spotify não anunciou nenhuma medida concreta. Mas, para quem defende música feita por mãos humanas e com alma, esse alerta não pode ser ignorado.










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