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O exuberante saxofone de Immanuel Wilkins no suave e impactante disco 'The 7th Hand'.

Atualizado: 29 de ago. de 2022



Considerado uma das grandes revelações do Jazz nos últimos anos com o ótimo disco de estreia 'Omega' em 2020, o jovem saxofonista estadunidense Immanuel Wilkins lança agora em 2022 'The 7th Hand' um trabalho tão magistral como foi o anterior onde ele merece totalmente a atenção e ouvidos de fãs e apreciadores do Jazz. Gênero que sempre tem revelado grandes artistas desenvolvendo um trabalho esplêndido e genial, com músicas vibrantes, álbuns marcantes e uma grandiosa história por trás disso tudo.


Assinado pelo selo Blue Note Records, o disco apresenta de forma fina e nítida as influências do jovem artista, são notas que flertam com o gospel e conversam abertamente com as raízes africanas. Immanuel parece saber muito bem a direção que pretende dar para sua música, em certos momentos se torna impossível não lembrar de John Coltrane, Wayne Shorter, Fela Kuti e Charlie Parker. O álbum possui diversos elementos experimentalista que se vestem com uma roupagem clássica e calorosa, a verdadeira alma contemporânea do Jazz. São diversas e variadas nuances que trafegam por uma sonoridade elétrica, suave e rítmica que convida o ouvinte se deleitar com a presença marcante de um quarteto formado por ele Immanuel Wilkins, pelo pianista Micah Thomas, pelo baixista Daryl Johns e pelo baterista/percussionista Kweku Sumbry. Juntos eles apresentam sete faixas imersivas com o incrível poder de te fazer suspirar e viajar por camadas representativas e maravilhosas que endossam um som estratosférico e surreal.


Cada música tem sua sonoridade única e particular. Emanation" que é harmoniosa e melosa transpira um som sonhador totalmente embasado na corrente jazzística Bepop. "Don't Break" traz melodias doces e belas, aquele Jazz contagiante que estende uma ponte harmoniosa até o Afrobeat de Fela Kuti, a faixa ainda conta com a bela participação especial de Farafina Kan Percussion Ensemble. Outras duas canções que se destacam são “Witness" e "Lighthouse", ambas contam com a participação ilustre da flautista Elena Pinderhughes onde uma possui camadas atmosférica e a outra nostálgica. "Fugitive Ritual, Selah" e seus elementos distintos criam uma atmosfera visceral e contagiante.

O disco desafia o ouvinte a se jogar plenamente em sua proposta, são canções feitas para proporcionar uma viagem através da alma, o convite perfeito para navegar por pensamentos.

São sete faixas e você não quer que isso acabe. Esse é o sentimento que permeia a obra durante sua audição. Você simplesmente deseja se entregar um pouco mais ao extravagante instrumental de "Shadow" um som jazzístico que deságua nas vertentes do Blues com muito swing. “Lift”, faixa que encerra o disco é uma verdadeira sintonia experimental, sons que atinge o ápice da criatividade de Wilkins, uma música de aproximadamente 26 minutos que mistura o Jazz contemporâneo com o Modal e o Fusion com muita energia e distorções, a faixa mais experimental do álbum e quando ela termina você simplesmente está em êxtase. Som soberbo e triunfal.


Comecei a acompanhar o Immanuel Wilkins a pouco tempo e estou fascinado com seu poder sonoro. O músico tem tudo para fazer parte dos renomados e geniais saxofonistas do Jazz, a medida que você se entrega ao seu som percebe-se um amor pelo instrumento, pela arte e pela música e isso faz esse disco ser extremamente espetacular, especial e incrível, desperta emoções e sentimentos e tudo o que você deseja no momento é que aquele instante perdure por toda eternidade.

 

Ficha técnica:

The 7th Hand.

Artista: Immanuel Wilkins

Gênero Musical: Jazz

Ano de lançamento: 2022

Ouçam: Emanation, Don't Break, Witness e Lift

Para quem gosta de: John Coltrane, Charlie Parker, Wayne Shorter e Fela Kuti

Nota: 9,5

 

Ouça no Spotify:


 

Veja o clipe de "Emanation/Don't Break" abaixo:


 

Sobre Alexandre Tiago


Um rapaz latino-americano que é um sonhador, que ama futebol, apaixonado pela arte, formado em Direito, é um defensor da democracia e coleciona desde CDs e livros, até as memórias que a vida oferece. Alexandre escreve sobre arte e cultura em sua página do Instagram.

@cultivandoasartes


 




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