Nirvana – Nevermind completa 34 anos: o disco que mudou o rumo do rock
- Marcello Almeida
- há 18 horas
- 2 min de leitura
Foi a confirmação de que uma banda improvável podia mudar tudo. E mudou

No dia 24 de setembro de 1991, o mundo não sabia, mas estava prestes a mudar para sempre. Chegava às lojas Nevermind, o segundo álbum de estúdio do Nirvana, produzido por Butch Vig, que ajudou a lapidar uma sonoridade tão agressiva quanto melódica. Trinta e quatro anos depois, ainda ressoa como um trovão que não se apaga.
Combinando fúria punk, peso do hard rock e melodias quase pop, Nevermind transformou a angústia juvenil em catarse coletiva. Foi o grito de uma geração sem líderes, perdida em seus próprios abismos, até que Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl emergiram de Seattle para virar o mundo de cabeça para baixo.
Gravado no lendário Sound City Studios, o disco carrega na pele as contradições de Cobain: fúria e calmaria, sujeira e pureza, cinismo e ternura. “Smells Like Teen Spirit” virou hino instantâneo, “Come As You Are” expôs ironias e paradoxos, “Lithium” gritou o peso da existência, e “Something in the Way” trouxe a sombra íntima de quem viveu sempre à beira do abismo. Até a capa — o bebê atrás do dólar em um anzol — virou metáfora universal da sociedade de consumo que devora inocências.
O impacto foi imediato: Nevermind desbancou gigantes como Michael Jackson, R.E.M. e U2, abrindo as portas para todo o movimento grunge. De repente, o underground invadia as rádios, a MTV e as capas de revistas. Seattle deixou de ser apenas uma cidade chuvosa para virar um estado de espírito global.
Mais de 30 milhões de cópias vendidas depois, o disco segue pulsando. Não é apenas música, é manifesto. Não é apenas nostalgia, é presente. Porque a raiva, a confusão e o desejo de liberdade que o Nirvana traduziu continuam atuais — tão necessários em 2025 quanto em 1991.
Nevermind não foi só um álbum. Foi a implosão das regras. Foi a fagulha que reacendeu o rock. Foi a confirmação de que uma banda improvável podia mudar tudo. E mudou.
Um disco que não envelhece, porque o grito da juventude nunca morre.
