Judas Priest - Invincible Shield: Um testemunho da criatividade contínua da banda mesmo após 50 anos de estrada
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Judas Priest - Invincible Shield: Um testemunho da criatividade contínua da banda mesmo após 50 anos de estrada

Atualizado: 28 de abr.

Invincible Shield também não é apenas mais um lançamento na extensa discografia do Judas Priest; é uma obra que se destaca entre os melhores trabalhos já produzidos pela banda.

Judas Priest
Foto: James Hodges


Escrever uma introdução para uma resenha sobre Judas Priest pode parecer redundante para os aficionados por heavy metal, afinal, estamos falando de uma das bandas mais icônicas e duradouras do gênero. Com uma carreira que se estende por décadas, repleta de álbuns clássicos e performances lendárias, o retorno a banda - agora com o seu 19º álbum de estúdio - sempre será um evento aguardado com grande expectativa não apenas pelos fãs devotos, mas também pela comunidade do heavy metal como um todo.


Invincible Shield não foi feito apenas para se juntar a uma discografia repleta de clássicos e álbuns essenciais do gênero, mas sim, para soar como um testemunho da resiliência e da criatividade contínua da banda. Em uma indústria onde tantas bandas de metal alcançaram o status de lendas apenas para desaparecerem com o tempo, o Judas permanece como uma força dominante, mostrando que ainda tem muito a oferecer e que continua a ser uma potência no mundo do heavy metal, desafiando as expectativas dos seus fãs e entregando relevância musical.



Invincible Shield também não é apenas mais um lançamento na extensa discografia da banda, é uma obra que se destaca entre os seus melhores trabalhos já produzidos. Eu sei que pode parecer um exagero para alguns – ou não -, mas a verdade é que praticamente tudo neste álbum soa implacável e arrebatador. O considero como um dos cinco melhores álbuns da discografia da banda, pois ele captura perfeitamente a sua essência, muita ferocidade, paixão e a habilidade técnica que os tornaram verdadeiras lendas.


Panick Attack já abre o álbum com uma alta voltagem, trazendo riffs de guitarra que são capazes de empolgar multidões, um solo poderoso, uma seção rítmica sublime e os vocais de Halford impressionantes, ainda que estejamos falando de um senhor de 72 anos. The Serpent and the King mantém o álbum imerso em uma energia violenta e pulsante. Desde os primeiros acordes, é como se uma corrente elétrica percorresse cada nota, criando uma atmosfera intensa e fascinante.


Invincible Shield pode ocasionalmente flertar com elementos do power metal, o que, para o meu gosto pessoal, pode diminuir um pouco seu brilho. No entanto, mesmo com essas incursões, o álbum mantém uma musicalidade marcante que é difícil de ignorar. Devil in Disguise é aquela música que parece ser feita de forma despretensiosa, mas que cativa os ouvintes com sua vibe divertida e descontraída. É como uma pausa bem-vinda no ritmo do disco, algo que pode ser recebido de uma maneira positiva e revigorante. A peça traz uma sonoridade mais tranquila e relaxada, sem perder o charme e o poder de cativar.



Gates of Hell é uma faixa que se destaca por sua melodia sublime e elevada, trazendo um lado mais clássico do heavy metal que é perfeito para ser cantado em uníssono por multidões em arenas lotadas. Embora seja menos pesada em termos de intensidade, possui acordes poderosos e um refrão envolvente. Crown of Horns emerge evocando uma aura de emoção e intensidade que só poderia ser entregue com maestria pelos vocais inconfundíveis de Halford, sendo aquele tipo de balada de melodia cativante que é característica do Judas.


As God is my Witness, cheia de fúria e energia, é uma verdadeira prova da versatilidade e da influência da banda, mostrando que eles não apenas ajudaram a moldar o som do heavy metal tradicional, mas também deixaram sua marca em gêneros mais pesados como o Thrash e o Metal Extremo. Trial By Fire, por meio de sua atmosfera mordaz, é um dos destaques do álbum. Com seus riffs de guitarra afiados e batidas poderosas, esta música é uma explosão de energia que não deixa espaço para complacência.


Escape From Reality possui um dos começos mais fortes do disco, infelizmente, acaba prometendo mais do que entrega conforme se desenvolve. Acho que a música poderia ter explorado mais suas ideias iniciais. Sons of Thunder é aquela faixa que, para mim, não se destaca com algo extraordinário, mas desempenha muito bem sua função dentro do contexto do álbum. Por meio de sua batida galopante e ritmo constante consegue adicionar energia à atmosfera geral do disco.


Giants in the Sky encerra o álbum de uma maneira poderosa e emocionante, prestando homenagem a figuras lendárias como Dio e Lemmy por meio de uma sonoridade intensa e enérgica. A música captura a essência desses ícones transmitindo uma sensação de grandiosidade e reverência. É uma conclusão poderosa para o disco, deixando uma impressão duradoura e uma sensação de celebração pela contribuição desses gigantes da música pesada.



Judas Priest entregou um álbum que reforça seu status lendário na história do heavy metal. Um disco que mostrou como uma banda pode não apenas sobreviver, mas também prosperar e permanecer relevante após 50 anos de carreira. A habilidade do grupo em evoluir e se adaptar ao longo das décadas é impressionante e este álbum é um testemunho vívido desse fato. Uma comprovação da dedicação e da paixão incansável de uma banda que continua a definir os padrões de como é feito heavy metal de alto nível.

 

Invincible Shield

Judas Priest


Ano: 2024

Genêro: Heavy Metal

Ouça: "Panick Attack", "As God is my Witness", "Trial By Fire", "Giants in the Sky"

Pra quem curte: Heavy Metal Clássico



 

NOTA DO CRÍTICO: 9

 

Ouça "Trial By Fire"


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