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Guillermo del Toro critica uso da inteligência artificial na arte durante o Festival Lumière

“A arte é feita por humanos, e precisa continuar sendo.”

Guillermo del Toro critica uso da inteligência artificial na arte durante o Festival Lumière
Divulgação/Kate Green/Getty Images for BFI

Durante a 17ª edição do Lumière Film Festival, na França, o cineasta Guillermo del Toro — vencedor do Oscar por A Forma da Água, fez um discurso inflamado antes da exibição de Frankenstein, seu novo filme pela Netflix. Ao comentar o uso da inteligência artificial generativa na criação artística, o diretor foi direto:



“Vivemos em tempos perigosos, tempos em que temos vergonha das nossas emoções, em que nos dizem que a arte não é importante e que podemos fazer arte numa p*rra de um aplicativo…”, declarou.

Del Toro seguiu o raciocínio afirmando que a substituição do humano pela máquina ameaça a essência da criação.


“Quando nos roubam a arte e a emoção, isso nos leva à estética do fascismo. Neste filme, todos os cenários são reais, a decoração é em tamanho humano, há miniaturas meticulosamente criadas… É uma ópera, feita por humanos para humanos. É um filme que está lá para nos lembrar que a arte não é apenas necessária, é urgente. E a IA pode se f*der!”, concluiu, sob aplausos entusiasmados.

O público o ovacionou de pé, e del Toro encerrou com seu tradicional brado de orgulho latino: “¡Viva México, cabrones!”. O cineasta descreve Frankenstein como o “projeto dos sonhos”, uma releitura da clássica obra de Mary Shelley, marcada por sua habitual empatia com criaturas à margem da humanidade.


O longa traz Oscar Isaac (Duna) como o doutor Frankenstein e Jacob Elordi (Euphoria, Saltburn) no papel do Monstro — substituindo Andrew Garfield, que deixou a produção por conflitos de agenda. Mia Goth (Pearl, MaXXXine) também integra o elenco, ao lado de Christoph Waltz, Charles Dance, Lars Mikkelsen, David Bradley e Christian Convery.


Após o sucesso de Pinóquio (2022), que rendeu ao diretor o Oscar de Melhor Animação, del Toro volta a trabalhar com a Netflix e já prepara uma nova adaptação: O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro, também em stop-motion.



Frankenstein estreia nos cinemas brasileiros em 23 de outubro, antes de chegar à Netflix em 7 de novembro, com uma prévia nos EUA em 17 de outubro, apenas o suficiente para qualificá-lo ao Oscar.


Uma obra sobre monstros, mas sobretudo sobre o que ainda nos torna humanos.

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