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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Gêmeo Maligno aborda luto, maternidade e traumas em roteiro que flerta com o sobrenatural e o humano

Gêmeo Maligno se segura até o final talvez por conta de diversas ambiguidades que transmite, embora de forma lenta e mediana

Foto: Divulgação

 


 

Gêmeo Maligno (The Twin, 2022) é um daqueles filmes que tem tudo para dar certo. Sobretudo se pensarmos na premissa que reúne personagens enlutados/traumatizados após fatídicos eventos e a presença de irmãos gêmeos. Geralmente são temas delicados, porém condensados a uma boa narrativa e bem amarrados, prendem a atenção do cinéfilo até os créditos finais.


Acontece que o filme do diretor finlandês Taneli Mustonen empolga nos 40 minutos iniciais, em seguida perde o impacto ao cair numa narrativa que anda em círculos com alguns personagens que não recebem tanto desenvolvimento como mereciam a exemplo da enigmática Helen (Barbara Marten). E, embora o filme chegue a seu momento de conclusão querendo dar o soco preciso no estômago do espectador, além de abrir brechas para diversas interpretações, ele não escapa da regularidade.

 


 

Por sorte, a sinopse não revela tanto qual a real intenção da película. Rachel (Teresa Palmer) e Anthony (Steven Cree) perdem um dos filhos num acidente automobilístico. Dessa forma, resolvem se isolar numa bucólica e suntuosa casa na zona rural da Finlândia. O casal tenta agora superar o trauma junto com o outro filho gêmeo, Elliot (Tristan Ruggeri).


O filme, a princípio, conquista pela bela fotografia e por cenários que criam uma ambientação propícia para a proposta do diretor. A atmosfera de isolamento e de uma cidade que parece guardar seus segredos deseja nos oferecer pistas sobre o que podemos encontrar pela frente. Típico de filmes da atualidade, a população que olha para o casal com olhos ameaçadores contribui para uma possível tensão que está prestes a explodir a qualquer momento.

Enquanto o pai Anthony é um personagem um tanto quanto apagado na trama, o mesmo não acontece com Rachel. Sua maternidade excessiva, seus momentos de raiva e de desespero, sua presença em meio a um território inóspito e estranho a ela rendem curiosidade pelo filme. O espectador sente-se cúmplice da personagem com toda sua carga emotiva e participa dos sentimentos de uma mãe enlutada diante da uma nova fase em sua vida.

Em contrapartida, são dois artifícios que tentam engrenar a trama, entretanto não surtem tanto efeito. A figura misteriosa de Helen (citada anteriormente) que passa a ser uma espécie de conselheira de Rachel e os constantes pesadelos que a própria Rachel enfrente e que deixam o espectador confuso do que possa ser realidade ou sonho na tela. Não funcionam porque eles se arrastam no filme e depois de um tempo causam mais monotonia do que surpresas e sustos.

 


 

Gêmeo Maligno se segura até o final talvez por conta de diversas ambiguidades que transmite, embora de forma lenta e mediana. Os 10 minutos que fecham a película trazem a resposta para o espectador. Ou não. Talvez ele não tenha interpretado direito. Numa mistura de Drama, Thriller e Terror (aqui, bem suave), o filme tenta brincar conosco muitas vezes optando pelo sobrenatural, outras vezes pelo humano e traumático. Não funciona completamente como deveria, contudo não é um desastre total.

 

Gêmeo Maligno

The Twin


Lançamento: maio de 2022

Direção: Taneli Mustonen

Roteiro: Taneli Mustonen, Aleksi Hyvärine

Elenco: Teresa palmar, Steve Cree, Bárbara Marten

Duração: 1h 49 min

Gênero: Terror, Mistério, Suspense


 

NOTA DO CINÉFILO: 6,0

 

Trailer do filme:


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