top of page

Escola de Rock — a paixão que o tempo não conseguiu domar

A música é a sala de aula onde a alma aprende a ser livre

Escola de Rock
Imagem: Divulgação

filmes que envelhecem. E há os que continuam pulsando, como se o coração do rock ainda batesse dentro deles. Escola de Rock é esse sopro de vida que atravessa gerações, uma aula sobre o que é viver a música, sentir a música, respirar a música. Jack Black, em estado de pura combustão, não apenas interpreta: ele encarna a filosofia do rock como um chamado à liberdade.



O filme resgata toda aquela efervescência da cultura pop, a paixão pela música, o sentimento que faz o corpo vibrar junto ao som. É sobre viver a música como um todo, como entrega. Em tempos de consumo rápido, em que canções duram quinze segundos antes do próximo salto no algoritmo, Escola de Rock é o lembrete de que ouvir é diferente de escutar. De que o disco inteiro ainda importa. Que o todo ainda desperta sensações.


O rock ali é mais do que gênero ou estética. É um jeito de ver o mundo. É atitude, é filosofia, é resistência. Black transforma uma sala de aula em palco e um grupo de crianças em banda,e nisso está a mágica. Porque o que ele ensina não é apenas a tocar, mas a compreender a alma que pulsa em cada riff. A história do rock, as influências, a rebeldia, a coragem de existir.


E entre aquelas crianças, há algo que o tempo não apagou. Kevin Clark, o pequeno baterista Freddy Jones, eternizou um dos corações mais sinceros daquela banda mirim. Sua batida, enérgica e inocente, é a pulsação do próprio filme. Kevin cresceu e seguiu tocando, até que a vida o levou cedo demais, num acidente em 2021. Mas é bonito pensar que, de algum modo, ele continua ali — na memória coletiva, no som das baquetas que ecoam como batimentos. No instante em que a música, de fato, nos ensina a viver.


 Kevin Clark
Imagem: Divulgação

A trilha sonora é puro manifesto: Led Zeppelin, Ramones, AC/DC, The Who. Canções que lembram que o rock nunca foi sobre excessos, mas sobre essência. Sobre romper silêncios, sobre não se curvar. Tire um tempinho e ouça a playlist no Spotify. Está aqui logo abaixo.



E é justamente aí que Escola de Rock se torna atemporal. Porque mais do que um filme, ele é uma ponte. Uma lembrança viva para as novas gerações entenderem o que o rock significou, e ainda significa. O rock não é apenas um nome, nem uma sigla ou um gênero: é um estado de espírito. Um modo de olhar o mundo com inconformismo e paixão.



Obras como essa têm um papel essencial na contemporaneidade. Elas resgatam a história, mantêm viva a chama que começou lá atrás com Beatles e Rolling Stones — quando a juventude descobriu que podia transformar o mundo com acordes e palavras. Depois vieram os Sex Pistols rasgando as regras, o grunge gritando por liberdade com o Nirvana, o britpop dando novo fôlego à Inglaterra sonora. Escola de Rock é a síntese de tudo isso, o reencontro entre a rebeldia e a ternura, entre a comédia e o manifesto.


 Elenco do filme “Escola de Rock dez anos depois do filme
 Elenco do filme “Escola de Rock dez anos depois do filme

Mais do que nostalgia, o filme é resistência. É a lembrança de que o rock não morre porque nunca foi moda. Foi, e sempre será, uma forma de existir, um jeito de transformar ruído em poesia, rebeldia em arte, e vida em som.


O rock não tem rima, mas tem alma. E é por isso que ainda nos ensina.

ree


bottom of page