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Em "Tempo Vital do Universo", Greek Van Peixe exercita a eletrônica influenciada pela cultura geek

'Tempo Vital do Universo' compreende trilhas sonoras de videogames da era 8-16 bits, bem como a cultura geek


Greek Van Peixe é uma banda de Caxias do Sul (RS) formada em 2008. Em 2010, lançaram uma demo independente intitulada “Game Shark”. O primeiro álbum oficial da banda foi surgir um ano depois, “8-bit Wonder” (2011). Apesar disso, a banda não foi tanto de lançar trabalhos em estúdio, preferindo tocar ao vivo em festivais e casas de shows pelo Rio Grande do Sul.


Neste tempo também, aconteceu a saída de integrantes e o grupo passou por mudanças na sua formação. Inclusive, começou a repensar sua própria sonoridade deixando em parte as cordas e a bateria de lado, abrindo assim espaço maior para programações eletrônicas e sintetizadores.


Dessa forma se processa “Tempo Vital do Universo”. Álbum curto e bem pautado na Eletrônica, não mais que 30 minutos, o que nos leva a acreditar ter um formato próximo de EP. Algumas das músicas do novo trabalho foram gravadas entre 2015 e 2016, porém estavam engavetadas e o grupo decidiu inseri-las agora no álbum.


O universo explorado pelo Greek Van Peixe compreende trilhas sonoras de videogames da era 8-16 bits, bem como a cultura geek, computadores e filmes de ficção-científica. Porém, o mais importante para o grupo gaúcho é sintonizar o retrô com a modernidade, afirmar que o analógico consegue ainda conviver com o digital e sim, que a eletrônica pode construiu música com cérebro e atitude.

‘Supermoon’, a climática faixa de abertura, dá a prévia de como será o disco. Camadas eletrônicas e paisagens etéreas criadas por sintetizadores, batida que vai ganhando mais densidade conforme o andamento da música. ‘Polybius I’ avança por uma eletrônica mais experimental e é o inverso de ‘Polybius II’ onde bateria, baixo e guitarra dão um aspecto de Rock Progressivo e a música apresenta um modelo de composição cru, lembrando até mesmo uma composição de Garage Band.


‘Mestre do Além-de-Si’, o destaque do álbum, tem letra cantada em português e batida cativante. Porém, o uso de um vocoder robótico obriga o ouvinte a prestar mais atenção aos detalhes da letra (ou até mesmo de recorrer ao Google). É nessa faixa que sentimos as influências notáveis do grupo que passam por Kraftwerk, Giorgio Moroder, Vangelis, Daft Punk, entre outros. A mesma técnica do vocoder será utilizada em ‘Behind Livin’ Things’, só que dessa vez a batida é letárgica, a eletrônica minimalista passa um sentimento de melancolia.


‘Runnin’ Cybercops’ nos transporta para 40 anos no passado e percebemos como a aproximação com o gênero Synthwave 80’s faz bem para o grupo. O Greek Van Peixe mostra que funciona em estúdio e depois desse álbum, seria interessante o grupo dar continuidade e trazer outras novidades, pois na música sempre existem possibilidades para quem vem com ideias interessantes (como é o caso desses gaúchos).


Tempo Vital do Universo

Greek Van Peixe


Lançamento: 16 de maio de 2022

Gênero: Música Eletrônica, Krautrock

Ouça: "Supermoon", "Polybius I,II" e "Runnin' Cybercops"

Humor: psicodélico, climático, envolvente


NOTA DO CRÍTICO: 7,0

Veja o vídeo de ‘Runnin’ Cybercops’ ao vivo:


Spotify:

















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