23 de nov. de 20222 min para ler

Em Love Lies In The Body, o trio Soft Blue Shimmer encharca sua sonoridade de Dream-Pop e Shoegaze

O disco apresenta melodias intensas/enérgicas com bateria mais realçada e guitarra ágil

“Heaven Inches Away” (2020), o début do Soft Blue Shimmer, chamou a atenção de ouvintes e da crítica. O grupo agora chega ao segundo álbum, intitulado “Love Lives In The Body”. Os integrantes Charlie Crowley (guitarras), Meredith Ramond (vocais) e Kenzo Cardenas (bateria) optam por uma sonoridade que trafega, principalmente, entre o Dream-Pop e o Shoegaze (ou Nugaze como muitos costumam dizer para o gênero feito na atualidade).

O trio sabe manter um equilíbrio entre as composições. O disco apresenta melodias intensas/enérgicas com bateria mais realçada e guitarra ágil (‘Strawberry Cool’ e ‘A Brighter Summer Day’), como também preserva uma doçura Pop com instrumental regido pela limpidez e quietude (‘Burden Of Desire’ e ‘Prism Of Feeling’).

Nem mesmo o espírito da C86 fica de fora e parece ser uma influência forte para o grupo, sobretudo na faixa ‘Cloudless’. A linha de baixo oportuna que surge em ‘End & Affection’ é mais uma base segura para o instrumental que o grupo executa.

A melancolia de ‘Guayaba’ faz com que a guitarra e a bateria sejam mais discretas e a força maior acaba centrada nos vocais angelicais de Meredith. A banda talvez precise explorar mais a união de vocais masculinos com femininos, pois a faixa ‘9090’ ficou bem interessante no álbum (pode ser uma boa pedida para os próximos álbuns).

De qualquer forma, dentro de uma sonoridade que embora pareça reciclada e pasteurizada, o Soft Blue Shimmer se destaca pelo talento dos integrantes e por não decepcionar quem gosta dos gêneros abraçados pelo trio.