Eduardo Salvalaio
- 13 de abr. de 2023
- 2 min de leitura

Em Good Time/Hard Time, Teleman segue com sua receita de unir Rock e Eletrônica sem complicações

Com 10 canções e somando menos de 35 minutos, esse é um álbum que não se esquece dos elementos principais de um Indie-Rock

Teleman é um trio londrino que está chegando a sua segunda década de existência e que foi formado pelos integrantes da banda Pete & The Pirates (extinta em 2012). Apesar de não tão antigo assim, o grupo conseguiu emplacar discos que figuraram na lista de melhores do ano de muitos ouvintes, a exemplo de "Breakfast" (2014) e "Brilliant Sanity" (2016).

A sonoridade dos ingleses tenta capturar o Indie-Rock com a Eletrônica, porém o diferencial é dosar o caldeirão sonoro de forma equilibrada: baixo, guitarra, sintetizadores e bateria eletrônica se sintonizam em melodias grudentas. Fácil traçar referências a outros grupos como Django Django, Hot Chip, Dutch Uncles e Future Islands.

O novo álbum "Good Time/Hard Time" chega 5 anos após o trabalho anterior, "Family Of Aliens" (2018). Sem perder as características anteriores, o grupo lapida mais as texturas instrumentais e amplia essa junção Rock/Eletrônica sobretudo por conta da experiência adquirida e dos recursos de estúdio sempre mais avançados.

Com 10 canções e somando menos de 35 minutos, esse é um álbum que não se esquece dos elementos principais de um Indie-Rock, embora tudo chegue com um aspecto dançante. A guitarra suingada de ‘I Can Do It For You’ funciona tão bem quanto a guitarra mais pesada de ‘Wonderful Times’, e isso não incomoda o ouvinte. O baixo acentuado deixa boa impressão na abertura bem aconchegante do disco com ‘Short Life’. De batida contagiante, ‘The Juice’ é uma fusão entre Funk e Synthpop.

Muitas vezes as camadas vocais seguram o álbum e colocam em evidência uma das influências do grupo: The Beach Boys. Porém, essa influência acaba sendo encaixada no Dance-Rock da faixa-título ‘Good Time/Hard Time’ ou na introspectiva ‘Hello Everybody’. O poder de trazer um refrão grudento fácil de absorver e segurar o ouvinte para cantar em pleno show da banda se faz presente na faixa ‘Trees Grow High’.

Sem ser afetado pelo hiato de 5 anos, Teleman continua em sua empreitada sonora e dá boas-vindas para uma década onde não existe mal nenhum juntar o Rock e a Eletrônica inclusive quando o processo resulta numa boa gravação.