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Foto do escritorEduardo Salvalaio

Em For That Beautiful Feeling, The Chemical Brothers continua mestre em sua Eletrônica estilhaçada

Em quase 30 anos de atividade, a dupla continua indispensável, envelhecendo com genialidade.

Foto: Victor Gomez


A trajetória da dupla Tom Rowlands e Ed Simons é bem definida pela transformação. De influenciados tornaram-se grandes influenciadores. Quando surgiu, 28 anos atrás, com o début arrebatador Exit Planet Dust (1995), The Chemical Brothers trouxe em sua sonoridade estilhaçada vários gêneros que fizeram um casamento perfeito. Rap, Pop-Rock, House, Big Beat, Dance, entre outros.


Pegando muitos de surpresa, a sonoridade acalentava o ouvinte eclético que se sentia bem ouvindo tanto Public Enemy como Cabaret Voltaire. E isso representa apenas duas das inúmeras influências que os dois músicos possuem em seu repertório musical. A discografia foi aumentando, inclusive com o duo também participando de trilhas sonoras, além de muitas colaborações com outros artistas/grupos.


Com esse respeito adquirido, a busca pela maturidade e o talento confirmado, difícil hoje em dia não ver algum nome do cenário musical, sobretudo da parte eletrônica, que não cita o The Chemical Brothers como uma de suas influências.



Quatro anos após o poderoso No Geography (2019) que conseguia contradizer o pensamento de alguns sobre a dupla ter perdido sua criatividade, For That Beautiful Feeling chega para dizer que é outra experiência sonora agradável dos ingleses. Novamente um disco onde a dupla mostra seus dotes em mesclar gêneros e criar panoramas musicais dançantes e climáticos.

Acostumados a convidar colaboradores de peso em seus álbuns, aqui não é diferente. A dupla recebe Beck pela segunda vez (anteriormente ele havia participado da faixa 'Wide Open', presente no disco Born in the Echoes de 2015). O cantor está em ‘Skipping Like A Stone’, faixa de começo tímido, mas que depois cresce em batidas e vocais criando uma sonoridade em camadas de ritmo ágil.


A outra participação fica por conta de Halo Maud. A cantora francesa faz bonito em ‘Live Again’, típica faixa arrasa-quarteirão que costuma abrir bem os discos do duo. É muito interessante como essa faixa se liga sabiamente a ‘No Reason’, formando uma espécie de bloco compacto. Canção essa indicada para quem conheceu a Eletrônica por meio de outros mestres do gênero como Daft Punk.


‘Goodbye’ se embrenha por uma sonoridade Electro-House e traz samples centrados na Soul Music (recurso bem utilizado pela dupla no disco anterior). ‘The Weight’ é inspirada pelo Funk e apresenta um baixo bem acentuado, difícil até de ficar parado perto de uma pista de dança. ‘The Darkness That You Fear’ traz vocais femininos que depois abrem espaço para uma base percussiva requebrada e envolta numa paisagem climática.



‘Feels Like I Am Dreaming’ destoa do álbum por ser cansativa e repetitiva em seus 7 minutos, não representando tanto o poder criativo da dupla. Sem problemas. The Chemical Brothers continua num lugar seguro entre os grandes nomes da Música Eletrônica (com cérebro e estilhaçada). Em quase 30 anos de atividade, a dupla continua indispensável, envelhecendo com genialidade.

 

For That Beautiful Feeling

The Chemical Brothers


Lançamento: 8 de setembro de 2023

Gênero: Eletrônico, House, Pop-Rock

Ouça: "Live Again", ‘Feels Like I Am Dreaming’, ‘The Weight’

Humor: Alucinante, Energético, Intenso

Pra quem curte: Daft Punk, Fatboy Slim


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,5

 

Assista ao vídeo de ‘Live Again’:






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