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Drifting Sun – Veil: complexidade musical, narrativas épicas e uma abordagem artística abrangente

Veil oferece uma experiência sonora envolvente e diversificada, proporcionando uma jornada emocionante. O trabalho destaca-se pela presença marcante e habilidosa dos teclados, apresentando passagens de sintetizador cativantes e atmosferas densas e multicamadas.

Drifting Sun
Foto: Montagem/Site Oficial


Drifting Sun é uma banda de rock progressivo com origem em Londres, Inglaterra, tendo sido fundada nos anos de 1990 pelo tecladista e compositor Pat Sanders. Desde os primeiros momentos da banda, Sanders se destacou como uma figura criativa proeminente, liderando o grupo como o principal arquiteto sonoro e compositor. A banda possui uma identidade musical singular, caracterizada por complexidade harmônica, estruturas progressivas e uma abordagem artística distintamente sofisticada. Também costumam criar paisagens sonoras ricas, combinando elementos do rock clássico com nuances contemporâneas e experimentais.


O estilo musical do grupo combina rock progressivo com influências que abrangem desde o rock sinfônico até o art rock. Sua música se destaca por arranjos elaborados, estruturas de composição complexas e uma variedade de texturas sonoras. As composições de Pat Sanders são conhecidas por sua profundidade emocional e por abordar uma variedade de temas introspectivos, desde questões pessoais até narrativas mais amplas sobre a condição humana. As letras muitas vezes são complementadas por melodias vocais expressivas e poderosas, adicionando uma dimensão lírica à música da banda.



Ao longo dos anos, a Drifting Sun lançou uma série de álbuns que demonstram a evolução contínua de sua sonoridade e abordagem musical, além disso, sua formação mudou várias vezes, refletindo de certa forma em uma dinâmica natural que muitas vezes acontece no mundo da música, permitindo que seja implementado novas influências e ideias a cada iteração de membro. No entanto, Pat Sanders e quem continua sendo o principal arquiteto sonoro por trás da música da banda, mantendo a integridade e a visão artística do grupo ao longo das muitas mudanças de formação.


Veil oferece uma experiência sonora envolvente e diversificada, proporcionando uma jornada emocionante. O trabalho destaca-se pela presença marcante e habilidosa dos teclados, apresentando passagens de sintetizador cativantes e atmosferas densas e multicamadas. No entanto, o álbum vai além das expectativas ao explorar texturas, timbres e dinâmicas de uma maneira cheia de frescor.


Veiled, com os seus apenas 2 minutos, inicia o disco estabelecendo um clima intrigante e atmosférico que se estabelece por meio de uma orquestração, piano e em um coro dramático. Frailty é a peça mais longa do disco, uma composição impressionante que apresenta uma série de movimentos distintos, cada um explorando diferentes texturas, indo de elementos melódicos suaves até outros com a energia e a intensidade do rock pesado. Liricamente, a banda usa de símbolos e imagens para expressar emoções universais como tristeza, arrependimento e resignação diante de um destino inevitável.



Eros and Psyche possui uma introdução onírica por meio de piano e voz, então sofre um ataque instrumental bombástico que a direciona para um ritmo mais enérgico, porém, ainda melódico, principalmente devido as camadas de sintetizadores, enquanto isso, a banda expressa suas palavras usando simbolismo para expressar as nuances emocionais da experiência humana.


The Thing apresenta uma variação de ritmos, alternando entre melancolia e uma aura enérgica, o que cria contrastes emocionais impactantes. Teclados cativantes, coros elaborados, um solo chamativo de sintetizador e passagens envolventes de guitarra, além de uma seção rítmica sólida se unem para construir uma paisagem sonora única e diversificada. A narrativa envolvente e rica em imagens poéticas, mergulha na espiritualidade, na exploração e na busca por significado dentro de um contexto mitológico e histórico.


2-Minute Waltz é um interlúdio virtuoso de dois minutos em que Pat Sanders mostra a sua habilidade e destreza ao piano. Through The Veil possui um excelente trabalho de órgão e de sintetizadores, guitarras robustas, seção rítmica pungente e linhas vocais vibrantes. Aqui a ideia foi explorar temas existenciais, como a natureza transitória da vida, a interseção entre realidade e sonho e a importância de conexões emocionais e espirituais duradouras.


The Old Man, começa através de vocais melancólicos que ecoam suavemente, criando um ambiente envolvente e emotivo, enquanto que os sintetizadores os permeiam. Há uma evolução para uma sonoridade mais impactante, com destaque para o solo de guitarra, enquanto que liricamente eles evocam uma atmosfera de introspecção e contemplação sobre a condição humana e suas complexidades emocionais.


Cirkus encerra o disco de uma maneira envolvente. Possui uma seção rítmica vibrante e pulsante, sintetizadores em camadas que criam um clima festivo e animado, um excelente solo de guitarra – apesar de compacto - e conforme vai se desenvolvendo, sua atmosfera vai ficando mais teatral e grandiosa, enquanto vai abordando temas existenciais profundos, explorando a moralidade, a vida após a morte e a luta entre o bem e o mal, além de evocar uma reflexão sobre as escolhas que moldam o destino humano.



Quando se trata do gênero neo-progressivo, o Drifting Sun certamente se destaca como uma das grandes forças contemporâneas. Com seu álbum Veil, a banda oferece uma abordagem musical de uma elegância fresca e inovadora, ao mesmo tempo que presta homenagem aos mestres do passado, mas com uma identidade sonora distintamente própria, mergulhando nas raízes do progressivo, incorporando elementos clássicos como complexidade musical, narrativas épicas e uma abordagem artística abrangente.

 

Veil

Drifting Sun


Ano: 2024

Gênero: Rock Progressivo

Ouça:  "Frailty", "The Thing", "Cirkus"

Pra quem curte: Evership, Crystal Palace, Machines Dream







 

NOTA DO CRÍTICO: 9

 

Ouça "Cirkus"


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