Dissonante e audacioso, 'Cavalcade' soa provocativo e estimulante.
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Dissonante e audacioso, 'Cavalcade' soa provocativo e estimulante.

Atualizado: 2 de dez. de 2021



Imagine-se em uma orquestra sinfônica embasada por fortes elementos jazzistas e ótimas camadas de Pós-Punk, com aquela excitante atmosfera experimentalista e psicodélica, repleta de guitarras esquizofrênicas, vocais recitados, momentos explosivos e calmos, como se você estivesse no meio de uma tempestade furiosa passageira que deixa sempre aquele colorido arco-íris no final. São características que definem o som da banda inglesa Black Midi, formada por Geordie Greep (vocais e guitarra), Matt Kwasniewski-Kevin (guitarra principal), Cameron Picton (baixo) e Morgan Simpson (bateria), ambos se conheceram na Escola de Artes Performáticas The Brit School em 2017. A banda lançou seu disco de estreia ‘Schlagenheim’ em 2019, e recebeu aclamações do público e crítica.


O segundo disco chegou esse ano intitulado de ‘Cavalcade’, um álbum totalmente ousado, que acena tanto para o presente como para o futuro, com canções turbulentas que realçam o contraste de acordes de guitarras mais pesadas com harmonias adocicadas e suavizadas. A banda mergulha no caos, formando uma verdadeira anarquia musical. A faixa de abertura “John L”, já sintomatiza e prepara o terreno para som dissonante e corrosivo do quarteto, onde eles estão mais interessados em brincar com segmentações, gêneros musicais e ritmos. “Marlene Dietrich” segue o fluxo criativo com camadas introspectivas que seguem um ritmo mais perturbado desaguando nas ‘nuances’ do Glam Rock bem próximos de David Bowie.

O Black Midi cria seu próprio universo distópico como se fosse uma apresentação teatral distinta, repleta de ideias surreais que crescem a cada novo acorde provocativo com aquele gosto fascinante.

Chondromalacia Patella” segue por uma linha entre o Jazz e o experimentalismo, com elementos da música clássica, criando uma atmosfera desconcertante e aleatória que lembra muito outra banda do Rock inglês, o Black Country New Road, na ótima e hipnótica “Slow” o clima não se afasta tanto assim, são ondas sonoras que beiram a psicodelia em sua forma mais crua e catártica. “Diamond Stuff” remete muito ao som do Pink Floyd na fase acida de ‘The Piper At Gates Of Dawn’ com efeitos assombrosos que entorpecem a alma.


‘Cavalcade’ vai se tornando uma experiência extravagante e, ao mesmo tempo, desorientada, pode parecer difícil digerir de início, mas vai tomando formas conforme você vai ouvindo. São oito faixas onde a banda desafia a si mesma e o público, canções projetadas para desorientar e instigar o ouvinte como o estupendo King Crimson, mas completamente diferentes. Uma exibição brilhante de tudo. Estamos definitivamente entrando em uma nova era do Rock and Roll e pode ser demais para você lidar com isso, seja bem-vindo ao século 21.

 

Ficha Técnica:

Artista: Black Midi

Álbum: Cavalcade

Lançamento: 26 de maio de 2021

Gênero: Pós-Punk, Rock Alternativo, Indie Rock

Ouça: "John L", "Chondromalacia Patella" e "Slow"

Para quem gosta de: Black Country, New Road e Squid




 

Ouça o disco no Spotify:


 

Veja o clipe pirado de "John L" abaixo:


 

Para mais informações acesse:


 

Sobre Marcello

É editor e criador do Teoria Cultural.

Pai da Gabriela, Técnico em Radiologia, flamenguista, amante de filmes de terror, adora bandas como: Radiohead, Teenage Fanclub e Jesus And Mary Chain. Nas horas vagas, gosta de divagar histórias sobre: música, cinema e literatura. marce.almeidasilvaa@gmail.com



 

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