![](https://static.wixstatic.com/media/fe6907_7852a16ddad6469baa66ef989c7d33a3~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_83,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/fe6907_7852a16ddad6469baa66ef989c7d33a3~mv2.jpg)
Imagine-se em uma orquestra sinfônica embasada por fortes elementos jazzistas e ótimas camadas de Pós-Punk, com aquela excitante atmosfera experimentalista e psicodélica, repleta de guitarras esquizofrênicas, vocais recitados, momentos explosivos e calmos, como se você estivesse no meio de uma tempestade furiosa passageira que deixa sempre aquele colorido arco-íris no final. São características que definem o som da banda inglesa Black Midi, formada por Geordie Greep (vocais e guitarra), Matt Kwasniewski-Kevin (guitarra principal), Cameron Picton (baixo) e Morgan Simpson (bateria), ambos se conheceram na Escola de Artes Performáticas The Brit School em 2017. A banda lançou seu disco de estreia ‘Schlagenheim’ em 2019, e recebeu aclamações do público e crítica.
O segundo disco chegou esse ano intitulado de ‘Cavalcade’, um álbum totalmente ousado, que acena tanto para o presente como para o futuro, com canções turbulentas que realçam o contraste de acordes de guitarras mais pesadas com harmonias adocicadas e suavizadas. A banda mergulha no caos, formando uma verdadeira anarquia musical. A faixa de abertura “John L”, já sintomatiza e prepara o terreno para som dissonante e corrosivo do quarteto, onde eles estão mais interessados em brincar com segmentações, gêneros musicais e ritmos. “Marlene Dietrich” segue o fluxo criativo com camadas introspectivas que seguem um ritmo mais perturbado desaguando nas ‘nuances’ do Glam Rock bem próximos de David Bowie.
O Black Midi cria seu próprio universo distópico como se fosse uma apresentação teatral distinta, repleta de ideias surreais que crescem a cada novo acorde provocativo com aquele gosto fascinante.
“Chondromalacia Patella” segue por uma linha entre o Jazz e o experimentalismo, com elementos da música clássica, criando uma atmosfera desconcertante e aleatória que lembra muito outra banda do Rock inglês, o Black Country New Road, na ótima e hipnótica “Slow” o clima não se afasta tanto assim, são ondas sonoras que beiram a psicodelia em sua forma mais crua e catártica. “Diamond Stuff” remete muito ao som do Pink Floyd na fase acida de ‘The Piper At Gates Of Dawn’ com efeitos assombrosos que entorpecem a alma.
‘Cavalcade’ vai se tornando uma experiência extravagante e, ao mesmo tempo, desorientada, pode parecer difícil digerir de início, mas vai tomando formas conforme você vai ouvindo. São oito faixas onde a banda desafia a si mesma e o público, canções projetadas para desorientar e instigar o ouvinte como o estupendo King Crimson, mas completamente diferentes. Uma exibição brilhante de tudo. Estamos definitivamente entrando em uma nova era do Rock and Roll e pode ser demais para você lidar com isso, seja bem-vindo ao século 21.
Ficha Técnica:
![](https://static.wixstatic.com/media/fe6907_0ef2e92091174660910aae857b400245~mv2.jpg/v1/fill/w_125,h_125,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/fe6907_0ef2e92091174660910aae857b400245~mv2.jpg)
Artista: Black Midi
Álbum: Cavalcade
Lançamento: 26 de maio de 2021
Gênero: Pós-Punk, Rock Alternativo, Indie Rock
Ouça: "John L", "Chondromalacia Patella" e "Slow"
Para quem gosta de: Black Country, New Road e Squid
Ouça o disco no Spotify:
Veja o clipe pirado de "John L" abaixo:
Para mais informações acesse:
Sobre Marcello
![](https://static.wixstatic.com/media/fe6907_8e97f6ffcfb24b8bacb4894bc01f61f6~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_163,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/fe6907_8e97f6ffcfb24b8bacb4894bc01f61f6~mv2.jpg)
É editor e criador do Teoria Cultural.
Pai da Gabriela, Técnico em Radiologia, flamenguista, amante de filmes de terror, adora bandas como: Radiohead, Teenage Fanclub e Jesus And Mary Chain. Nas horas vagas, gosta de divagar histórias sobre: música, cinema e literatura. marce.almeidasilvaa@gmail.com