Backstreet Boys: a febre que moldou uma geração e redefiniu o pop nos anos 90
- Marcello Almeida
- 19 de abr.
- 2 min de leitura
Quando os pôsteres falavam mais do que o feed e o amor era pop

Antes da era dos streamings e das redes sociais, eles dominaram o mundo com coreografias sincronizadas, vozes em harmonia e refrões que grudavam na alma. Os Backstreet Boys não foram apenas uma boy band — foram o epicentro de uma revolução pop global que marcou uma geração inteira.
No início dos anos 90, o pop mainstream passava por uma transição. O grunge dominava as paradas, o hip hop se consolidava como força cultural, e o R&B moderno crescia em popularidade. Foi nesse cenário que o empresário Lou Pearlman, inspirado no sucesso do New Kids on the Block, decidiu formar um novo grupo vocal: os Backstreet Boys surgiram em Orlando, Flórida, em 1993, unindo cinco jovens carismáticos — AJ McLean, Howie Dorough, Nick Carter, Kevin Richardson e Brian Littrell — com o objetivo claro de dominar o mundo pop.
E eles conseguiram

O grupo estourou primeiro na Europa, conquistando mercados como Alemanha e Suécia antes de se tornar febre nos Estados Unidos e no resto do mundo. Em 1996, lançaram seu primeiro álbum internacional, Backstreet Boys, e um ano depois, com Backstreet’s Back, o Brasil se rendeu de vez ao fenômeno.
Eles chegaram às rádios, às capas de revistas como Capricho e Atrevida, às tardes do MTV Disk e às pastas de adesivo das adolescentes dos anos 90. Seus videoclipes viraram eventos — quem viveu sabe o impacto de ver “Everybody (Backstreet’s Back)” estreando na MTV Brasil, com aquele clipe sombrio, teatral, e uma coreografia que muitos tentaram (e ainda tentam) reproduzir em frente ao espelho.
Musicalmente, os BSB foram uma ponte entre o R&B dos anos 90, o pop europeu e a tradição vocal norte-americana. Suas baladas românticas como “I Want It That Way”, “Show Me The Meaning of Being Lonely” e “Quit Playing Games (With My Heart)” exploravam a vulnerabilidade masculina — algo raro até então no pop — e marcaram o imaginário afetivo de milhões de adolescentes em todo o mundo.
Mas os Backstreet Boys não foram apenas um sucesso musical — eles inauguraram um novo modelo de estrelato pop na virada do milênio. Sua imagem era cuidadosamente construída, seus shows eram espetáculos coreografados, e sua presença nas mídias era total: de comerciais a filmes, de bonecos a cadernos escolares.
Mais do que isso, eles prepararam o terreno para tudo o que viria depois: ’N Sync, Britney Spears, Christina Aguilera, até as boy bands coreanas como BTS. Todos beberam, direta ou indiretamente, da fórmula que os Backstreet Boys ajudaram a aperfeiçoar.
E mesmo após o auge comercial, eles seguiram vivos — amadureceram junto com seu público, lançaram novos discos, fizeram turnês nostálgicas e continuam, até hoje, reunindo multidões com seus shows.
Os Backstreet Boys foram o som de uma geração que cresceu entre o videocassete e a internet discada, entre o primeiro amor e o primeiro refrão decorado. Uma geração que aprendeu com eles que tudo pode ser dito em harmonia — e que, às vezes, tudo o que a gente precisa é cantar junto: “I want it that way…”
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