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Ash: Planeta Parasita é um Sci-fi/Horror que funciona mais como uma experiência cinematográfica Low Budget

Na soma final, fica aquele pensamento de que a película termina incompleta e que merecia mais sobretudo pelo início promissor

Ash: Planeta Parasita
Créditos: RLJE Films & Shudder

O ato de colocar uma tripulação diante de um planeta desconhecido para ser explorado é um dos temas recorrentes da Ficção Científica. Geralmente essa equipe nem sempre encontrará facilidade devido às próprias condições do planeta ou de, muitas vezes, ter algo mortal espreitando cada passo que esses humanos ousam percorrer. A franquia Aliens é um bom exemplo.



Quando também se cria toda uma sensação de isolamento, de poucas possibilidades de fuga e de escassez de suprimentos e oxigênio, a narrativa dobra sua tensão. Imagina então acordar machucado, com lapsos de memória e perceber que toda sua tripulação foi brutalmente assassinada?

 

É o que acontece com a personagem Riya (Eiza González, Godzilla Vs Kong). Agora, tentando restabelecer sua memória, precisa juntar os fragmentos e entender como e porque tudo aconteceu. A solução poderia aparecer com a chegada repentina de Brion (Aaron Paul, Breaking Bad), um membro da equipe que estava numa base próxima. Entretanto, as investigações podem tomar outros rumos conforme os eventos são decifrados.

 


Essa é a premissa interessante de Ash: Planeta Parasita (Ash, 2025). A direção e a trilha sonora do filme ficaram a cargo de Flying Lotus (nome artístico de Steven Ellison). De uns tempos pra cá, o rapper, DJ e produtor musical também vem apostando em sua carreira no Cinema. Ele compareceu também como um dos diretores por trás da antologia de Terror V/H/S/99 (2023).

 

Por meio de flashbacks rápidos dos acontecimentos que ocasionaram as mortes brutais e da falta de pistas e certezas sobre o ocorrido, o filme segue por um apreensivo embate entre os dois personagens com suas próprias ideias. Riya ainda pretende descobrir a verdade dos acontecimentos, Brion, por sua vez, deseja sair logo do lugar antes que as condições de sobrevivência acabem de vez.

 

Em alguns momentos, o diretor usa dos próprios compartimentos apertados da nave para explorar uma tensão acentuada pela claustrofobia e de que algo está a espreita pronto para atacar, contudo, esse artifício poderia ter sido mais usado. O espectador ficará diante de vários flashbacks, por vezes repetitivos, para então entender como tudo aconteceu. 


Créditos: RLJE Films & Shudder
Créditos: RLJE Films & Shudder

O filme passa a explorar mais a ação, o Horror e a brutalidade quando começa a explicar os motivos das mortes dos tripulantes. As cenas de ação chegam intensificadas por cores quentes (sobretudo o vermelho) e luzes piscando intensamente, porém esse excesso pode não agradar pessoas mais sensíveis a luz e a movimentos rápidos.


Algumas cenas chegam com visão em primeira pessoa, aumentando a sensação de pânico e de sobrevivência da personagem (seria uma influência dos videogames?).

 

O visual explora o que frequentemente observamos nos filmes de Sci-fi. Para quem está acostumado com o gênero, nada de novo existe aqui. O que podemos constatar é o emprego de matizes psicodélicas e sombrias para compor uma atmosfera mais atípica e que combine com a trilha sonora, inclusive nas cenas externas.


As alucinações da personagem, devido aos medicamentos que constantemente usa, também contribuem para momentos bem extravagantes que acabam confundindo o espectador sobre o que é real ou sobre o que é ilusório.

 

E não poderia faltar aquela tecnologia que sempre está presente nas produções do gênero, que muitas vezes até nos assusta se pensarmos na possibilidade dela na vida real. Aqui o objeto extraordinário fica por conta de uma máquina médica automatizada que procura por parasitas ou feridas no corpo da pessoa, além de realizar curativos e até dizer a causa e a hora da morte da pessoa.

 

Com uma sensação de Low Budget e pegando ideias de clássicos que nos amedrontam até hoje como Aliens: O Oitavo Passageiro (1979) e Enigma de Outro Mundo (1983), Ash: Planeta Parasita acaba soando mais como um laboratório cinematográfico experimental do que como um filme que marcará o gênero e que define um novo rumo para o Cinema.

 

Talvez seria até melhor se fosse mais curto e encaixasse dentro de uma antologia de Sci-fi/Horror. Na soma final, fica aquele pensamento de que a película termina incompleta e que merecia mais sobretudo pelo início promissor.


Ash: Planeta Parasita


Ano: 2025

Gênero: Terror, Thriller, Ficção Científica

Direção: Flying Lotus

Roteiro: Jonni Remmler

Elenco: Eiza González, Aaron Paul, Andrew B. Miller, lko Uwais, Eiza González

País: Estados Unidos

Duração: 95 min

NOTA DO CRÍTICO: 6,0

Trailer:


 

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