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O Macaco traz muitas mortes, Gore e Humor Negro numa regular adaptação de um conto de Stephen King

 O Macaco é uma regular adaptação de King, por sorte, não é tão sofrível quanto foi Sonâmbulos (Sleepwalkers, 1992) e O Apanhador de Sonhos (Dreamcatcher, 2003)

Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

Para se ter uma ideia de como o Terror nunca esgota suas ideias, basta lembrar de grandes mestres contemporâneos da Literatura do gênero, como Stephen King, Stephen Graham Jones, Paul Tremblay, entre outros. Por si só, tais escritores tem muitas obras ainda não tão conhecidas, contudo interessantes, que podem facilmente ganhar as telas de Cinema.

 



Essa foi justamente a imaginação de Osgood Perkins (Longlegs, 2024) ao produzir O Macaco (The Monkey, 2025). Seu mais novo filme é uma adaptação de um conto de 1980 escrito por King (que também assina o roteiro junto com o próprio Perkins).

 

Os gêmeos Bill e Hal Vivem apenas com a mãe após o pai abandoná-los. Certo dia, quando arrumam o sótão da casa, descobrem um brinquedo guardado, até então inofensivo: um macaco com um tambor. Entretanto, ao ter sua manivela girada, o macaco é capaz de ocasionar a morte de alguém próximo (com exceção de quem girou a manivela).

 

A princípio, os irmãos não desconfiam da maldição. Com o tempo, as mortes terríveis continuam, sobretudo entre a família. Dessa forma então eles resolvem dar fim ao objeto (que mesmo assim, sempre retorna para eles).

 



O Macaco parece reunir a ideia de dois filmes do gênero. A série de filmes Premonição (Final Destination) onde a morte muitas vezes articula seus esquemas engenhosos para acabar com os personagens. Outra semelhança acaba sobrando para Sete Desejos (Wish Upon, 2017) em que uma estudante ganha uma caixa com poderes mágicos de seu pai, porém esse objeto acaba cobrando algo pelos desejos realizados.

 

É preciso entender que o apelo maior de O Macaco são as mortes. E são muitas. Teve até site fazendo ranqueamento delas (conforme a brutalidade que elas sugerem). Ora criativas, ora estúpidas. Algumas vezes criando tensão no espectador, em outras, acontecem de forma tão rápida apenas para intensificar o medo de que o macaco volte a tocar o tambor.


Crédito: Divulgação
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Com isso, espere o Gore acontecendo a todo tempo com sangue espalhado, decapitações, mutilações e pessoas morrendo pelos mais inesperados objetos ou das mais inusitadas formas. Sim, existem diversas homenagens ao Trash. Para aumentar, coloque muito Humor Negro (o que dizer de uma das mortes que é comemorada por um grupo de colegiais agitando seus pompons? Sim, muito nonsense também).

 

A produção se passa durante dois tempos: os irmãos quando crianças e após ficarem adultos. Porém, é na época de infância dos irmãos que a narrativa é mais interessante. Existe até um diálogo a respeito de família e da efemeridade da vida.

 

Entre certo aspecto dramático (a mãe acalentado os irmãos após mais um funeral) e até com inclusão de momentos cômicos (a própria mãe fazendo piada sobre o quarto sujo do filho), o espectador acaba sendo cúmplice da vida conturbada e diferente dos irmãos.  

 

Mesmo apresentando alguns personagens patéticos (você sabe que estão presentes apenas para aumentar o número de mortos), Hal acaba se destacando. Apesar de gêmeo, é menor que seu irmão e sofre constantes ameaças dele, além de sofrer bullying na escola. Se você já viu muitas adaptações de King, sabe que existe geralmente esse foco na infância problemática dos personagens e no que ela causará em suas vidas adultas (aqui não é diferente).

 

O elenco traz alguns nomes famosos como Tatiana Maslany (Orphan Black), Theo James (Divergente, The White Lotus) e Colin O'Brien (Wonka). Também temos a presença de Adam Scott (Ruptura) e Elijah Wood (O Senhor Dos Anéis), mesmo que em breves aparições.


Pegando bastante carona no Terror antigo, a ambientação retrô fica acentuada em muitas passagens. A trilha sonora também preza por grandes nomes do passado como Little Richard (‘Rip It Up') e Nina Simone (‘I Shall Be Released’).

 

Em relação a história original de King, o filme apresenta algumas mudanças. Por exemplo, no conto, Hal é filho único. O final também é diferente quanto o que será feito com o brinquedo. E sim, até no fechamento, o filme reserva algumas surpresas e choques, dando continuidade ao seu Humor Negro e não deixando de explorar outras mortes.

 

O Macaco é uma regular adaptação de King, por sorte, não é tão sofrível quanto foi Sonâmbulos (Sleepwalkers, 1992) e O Apanhador de Sonhos (Dreamcatcher, 2003). Mesmo que não seja pra ser levado tão a sério, quem sabe ele até acabe sobrando numa lista de possíveis cults movies dentro do gênero, como aconteceu com Comboio Assassino (Maximum Overdrive, 1986). Se assim for, ele já merece um lugar especial entre os fãs de carteirinha do Terror.


O Macaco

The Monkey


Ano: 2025

Gênero: Terror

Direção: Osgood Perkins

Roteiro: Osgood Perkins, Stephen King

Elenco: Tatiana Maslany, Theo James, Colin O'Brien, Adam Scott,  Elijah Wood

País: Estados Unidos

Duração: 98 min

NOTA DO CRÍTICO: 6,0

Trailer:


 


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