As minhas cinco obsessões musicais de 2025
- Caue Almeida
- há 7 horas
- 3 min de leitura
Nosso time de redatores escolheu cinco álbuns que bateram mais forte neste ano. Começamos aqui com as escolhas do Caue

É hora daquele momento que todo mundo espera: a terrível missão de destacar os melhores discos do ano. Aqui no TC, fizemos uma brincadeira um pouco diferente em 2025, nosso time de redatores escolheu cinco álbuns que bateram mais forte neste ano. Começamos aqui com as escolhas do Caue.
Há quem diga que um ano se mede pelo que vivemos. Mas, às vezes, o ano se mede pelo que ouvimos — pelos discos que grudam na pele, que atravessam dias bons e dias tortos, que ficam ali, insistindo em existir com a gente.
Caue é desses ouvintes que não escolhem álbuns: os álbuns é que escolhem ele. E 2025 encontrou nele um radar sensível, inquieto, sempre pronto para o estranho, o urgente, o que desafia o ouvido comum. Dos riffs tortos do Geese à pulsação febril do Viagra Boys, passando pela eletricidade emocional da Rosalía e pelo universo sempre imprevisível da Wet Leg, seu ano musical parece ter sido guiado por discos que não aceitam ser apenas trilha — querem ser presença.
É por isso que começamos por aqui: pelas cinco obsessões musicais de Caue em 2025.
Não os “melhores”. Não os “mais importantes”. Apenas aqueles que ficaram.
1 - Geese - Getting Killed

Getting Killed é o tipo de disco que te coloca num estado de alerta desde os primeiros segundos. O Geese sempre mostrou potencial, mas aqui eles entregam algo mais maduro, mais coeso, mais intencional. Há uma tensão constante nas guitarras, uma urgência quase física nas melodias, como se cada faixa estivesse tentando escapar de si mesma.
2 - Wet Leg - Moisturizer

Em Moisturizer, o Wet Leg dá um passo firme para além da estreia, mostrando que há muito mais profundidade por trás do humor que os marcou. As composições estão mais sólidas, as guitarras mais densas, e o disco como um todo soa mais consciente do próprio peso. Ainda há leveza, claro, mas agora ela vem acompanhada de certa melancolia, um desconforto que torna tudo mais interessante.
Os refrões são fortes, o carisma permanece, mas existe uma maturidade nova conduzindo as ideias. Não é apenas divertido — é bem construído, consistente e cheio de personalidade.
3 - Viagra Boys - viagr aboys

O novo álbum do Viagra Boys mantém o espírito caótico da banda, mas com um controle melhor das intenções. Há ironia, crítica e um senso de urgência que sustenta o disco inteiro. O vocal segue áspero e direto, enquanto a instrumentação mistura peso e ritmo de um jeito que já virou marca registrada. É sujo na medida certa, provocativo sem cair na autoparódia, e eficaz em transmitir tanto humor quanto inquietação.
A banda entende exatamente o próprio papel e entrega um trabalho sólido, que funciona tanto pelo impacto quanto pelo cuidado na produção.
4 - TURNSTILE - NEVER ENOUGH

NEVER ENOUGH mostra o Turnstile ampliando ainda mais os limites do hardcore contemporâneo. O disco tem energia, dinâmica e uma clareza estética impressionante. As faixas alternam entre explosões catárticas e momentos mais melódicos, criando um fluxo que nunca perde força. É um trabalho que celebra movimento, conexão e intensidade emocional sem abrir mão da agressividade que define o gênero.
O Turnstile segue único, e esse álbum reforça a posição deles como uma das bandas mais influentes da cena atual.
5 - LUX - Rosalía

Em LUX, Rosalía reafirma sua capacidade de transformar riscos estéticos em música pop de alta qualidade. O álbum é experimental, mas nunca gratuito; íntimo, mas nunca frágil demais. A produção é meticulosa, cheia de detalhes que ampliam o impacto emocional das faixas. Rosalía canta com uma precisão impressionante, oscilando entre vulnerabilidade e imponência.
O disco trabalha temas de desejo, fé e reinvenção com uma sofisticação rara no pop contemporâneo. LUX não é imediato — é um trabalho que se revela aos poucos, e justamente por isso permanece.











