alexandre.tiago209
- 19 de out. de 2022
- 3 min de leitura

Após o sensacional 'Mirror Mirror', Eliane Elias mantém elogios positivos em 'Quietude'

Atualizado: 19 de out. de 2022

O disco "Quietude" é um ótimo lançamento e sucessor do elogiado e premiado "Mirror Mirror"

A brasileira Eliane Elias é considerada um grande nome do Jazz atualmente por sua bela voz e seu jeito singular de tocar piano que deixa qualquer ouvinte extremamente hipnotizado pelo seu grandioso talento, que traz belas canções que enaltecem o gênero.

Após ter lançado em 2021 o fabuloso 'Mirror Mirror', um disco todo instrumental, que lhe garantiu o Grammy Awards na categoria de Melhor álbum de jazz latino. O disco contou com as presenças de Chick Corea e Chucho Valdés. Entretanto, em 2022, ela volta a colocar a sua voz em 'Quietude', seu novo álbum de estúdio, que assume primorosamente o papel de sucessor do trabalho anterior. Eliane consegue capturar lindamente elementos do Jazz, MPB e Bossa Nova. Características que trouxeram nuances de calmaria, poesia e uma excelência sonora.

'Quietude' possui 11 músicas excepcionais, que são referências internacionais quando se trata de um repertório da música brasileira, que é exaltado e respeitado no exterior por seu lado eclético e por ter uma beleza imensurável que deixa qualquer estrangeiro admirado pelos toques líricos da artista, detalhes que acrescentam ao disco modernidade, mostrando que ele é ideal para se ouvir em vários momentos, inclusive os que exigem calmaria.

“Você e Eu (You And I)” é uma música, que foi composta por Carlos Lyra e Vinicius de Moraes. Aqui temos uma Eliane Elias despejando elegância ao tocar piano num estilo que faz revência ao Tom Jobim e Bill Evans. “Bahia com H (Bahia With H)” ficou conhecida numa versão bem intimista por João Gilberto, Gilberto Gil e Caetano Veloso, e essa versão é tão bela quanto a anterior, traz um tom paisagista, calmo e levado pela voz serena de Eliane e seu piano que busca influencias em Duke Ellington e Wagner Tiso.

Com muito primor e talento, Eliane Elias eleva a música brasileira ao mais alto nível.

“Olha (Look)” teve em 2007 uma versão espetacular feita por Chico Buarque e Erasmo Carlos. Porém, 15 anos depois, a pianista Eliane Elias surpreende ao acrescentar elementos jazzísticos em sua versão, toques singelos que tornaram a letra em uma verdadeira poesia cantada. “Só Tinha Que Ser Com Você (This Love That I’ve Found)” é um clássico da música brasileira e pertencente ao repertório de Tom Jobim. A canção já foi gravada e interpretada por vários nomes da música brasileira como Elis Regina e Vanessa da Mata. Aqui, ganhou uma versão magistral e eletrizante. Uma sintonia que carrega belas referências de João Donato no toque do piano.

“Marina” e o medley “Saudade da Bahia/ Você Já Foi à Bahia?” são inesquecíveis músicas do ótimo repertório musical do genial Dorival Caymmi e aqui ganhou ares solares com seus timbres finos e contagiantes.

“Saveiros” é um belo dueto da pianista paulista com Dori Caymmi (filho de Dorival Caymmi) que registra bem o encontro de dois artistas que mostram a riqueza da arte e cultura brasileira de forma bela pelo mundo afora. “Bolinha de Papel (Little Paper Ball)” é um samba de Geraldo Pereira que foi eternizado no violão de João Gilberto e aqui o piano dá cor nova nessa última e bonita interpretação.

“Tim-tim Por Tim-tim” é um cancioneiro que foi lançado originalmente na década de 1950 e que assim como a maravilhosa canção “Asa Branca” do ilustre Luiz Gonzaga, se tornou popular a ponto de ter várias versões e essa apresentada por Eliane, é divina e te convida arriscar uns passos para dançar.

'Quietude' é um registro audiovisual de um nome cultural que não se cansa de se reinventar a ponto de elevar o Brasil positivamente no olhar artístico internacional. O novo trabalho de Eliane esbanja carisma e traz frescor ao Jazz e a música como um todo. Um disco feito com muito louvor e esforço, detalhes que destacam o quanto ela é admirada e respeitada, a ponto de merecer ser tão ouvida e divulgada quanto as sensacionais musicistas como Diana Krall, Norah Jones, Alice Coltrane e Marian McPartland que mostram sua força feminina com muita determinação. Um disco de grandes manifestações que exalta o piano.