A Ilha das Sombras conquista pela atmosfera sombria porém merecia ter um desfecho menos apressado
- Eduardo Salvalaio
- há 5 dias
- 2 min de leitura
Suspense e mistério rondam a narrativa que a todo instante encaixa alguns enigmas

Um ambiente desolador, um lugar que guarda segredos, uma ilha remota com um antigo farol para servir de guia. Certamente você já viu muitos cenários assim no cinema. Existe toda uma atmosfera sombria que é capaz de segurar o espectador atento, isso se todos os elementos estão em congruência.
A Ilha das Sombras (Shadow Island, 2023) é um filme sueco feito para TV que tenta seguir por esse caminho. Primeiro longa-metragem do diretor Johan Storm, aqui vamos acompanhar David (Johan L. Heinstedt), um aspirante a meteorologista que resolve saber mais sobre os motivos do suicídio de seu pai. Para isso, o jovem, por conta própria, parte para uma ilha em busca de respostas.
Suspense e mistério rondam a narrativa que a todo instante encaixa alguns enigmas que ofuscam ainda mais as respostas do personagem. Uma carta encontrada escrita com língua estranha, o trágico destino de um antigo faroleiro da região, outros lugares escondidos pela ilha. Tudo acrescenta mais teorias sobre as verdades acerca do passado do pai de David e do local.
O que parecia uma busca tranquila ganha seus momentos de tensão, mesmo por meio de simples artifícios que comumente vemos no cinema: tempestades bruscas, o ranger do assoalho no meio da noite, a eletricidade que falha, o rádio que não funciona corretamente, a sensação de que alguém está vigiando David.
Ele também descobre a presença de Sarah (Hanne Mathisen Haga) que se encontra numa ilha próxima. Esse encontro pode diminuir sua solidão, porém pode colocá-lo em constantes dúvidas quando ele passa a saber mais sobre eventos do passado com a ajuda da mulher. Tudo ali é verdade? Mais alguém habita a ilha? O que realmente aconteceu com seu pai?
Trabalhando bastante com a escuridão e a noite, Storm começa o filme tentando nos confundir se os eventos ocorridos são reais ou sobrenaturais. Embora essa dúvida se dissipe rapidamente e seja até previsível saber qual a verdadeira intenção do diretor, ainda é preciso saber quais os perigos que David pode encontrar e se ele obterá todas as respostas que procura.
Entre assuntos de família, resquícios da Guerra Fria e revelações, Storm consegue segurar o espectador, mesmo com o ritmo acelerado e desconexo da meia hora final. Um desfecho que é doloroso e bonito ao mesmo tempo, mas que perde a intensidade por cenas que deveriam ter recebido mais retoque e substância. Para um primeiro filme, até que não é tão mal assim.

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