Tony Iommi fala pela primeira vez sobre a morte de Ozzy Osbourne: “Foi um choque”
- Marcello Almeida

- 25 de jul.
- 3 min de leitura
Vocalista do Black Sabbath faleceu 17 dias após o show final da banda. Guitarrista relembra os últimos momentos ao lado do amigo de uma vida inteira

Tony Iommi quebrou o silêncio. O lendário guitarrista do Black Sabbath falou pela primeira vez sobre a morte de Ozzy Osbourne, em entrevista ao ITV News nesta quarta-feira, 23. O vocalista da banda, e um dos nomes mais icônicos da história do rock, faleceu no último dia 22 de julho, aos 76 anos, menos de três semanas depois de se apresentar pela última vez ao lado dos colegas no megafestival Back to the Beginning, em Londres.
A conversa com Iommi, reproduzida pelo Blabbermouth, lança luz sobre os dias finais de Ozzy. Foi mais que uma despedida — foi um esforço imenso de um homem que sabia que talvez estivesse partindo. Abaixo, reunimos cinco revelações de Iommi sobre os bastidores do último show e as conversas finais entre os dois.
1) A última mensagem: “Parecia surreal”
“Foi um choque”, disse Iommi, ainda visivelmente abalado. “Quando soube da morte, não consegui entender. Pensei: ‘não pode ser’. Tinha recebido uma mensagem dele no dia anterior. Parecia irreal, surreal. À noite comecei a pensar: ‘meu Deus, será que estou sonhando com tudo isso?’.”
Na mensagem, Ozzy dizia estar sem energia. “Ele estava cansado. Era muita coisa pra ele fazer naquele show”, completou o guitarrista.
2) Um esforço sobre-humano
Durante os ensaios para o Back to the Beginning, Iommi já percebia que algo não ia bem. “Ele não parecia em boas condições. Acho que ele realmente se esforçou muito para fazer aquele show”, contou. “Falei com o Geezer ontem à noite sobre isso. Ele se entregou de verdade. E, logo depois, se despediu.”

3) No camarim, o último encontro
No dia da apresentação, Ozzy chegou de cadeira de rodas. Ainda assim, fez questão de visitar os antigos colegas no camarim. “Ele veio nos ver, conversar, dar aquele abraço. Parecia estar bem, de certo modo”, lembra Iommi. “Até perguntou: ‘correu tudo bem, não foi?’ E eu disse que sim.”
4) Entre a emoção e a frustração
“Ozzy ficou comovido. E frustrado também”, disse Tony, com um sorriso triste. “Dava pra ver que ele queria se levantar. Mas aquilo significava tudo pra ele. Foi pra isso que nos preparamos: aquele grande final. Só não esperávamos perdê-lo tão rápido.”
5) Como nos velhos tempos
No estúdio de ensaio, antes do show final, a banda reviveu momentos antigos — e piadas também. “Sentamos no sofá e ficamos falando sobre os velhos tempos. Você esquece o que fez ontem, mas se lembra do que viveu há 40 anos”, comentou.
E, claro, havia Bill Ward. O baterista original, afastado desde 2005, esteve presente: “O Bill é o Bill. Ele nunca mudou. A gente dizia: ‘não tire a camisa, Bill, por favor’”, brincou Iommi, rindo ao lembrar. “Foi ótimo. Como nos velhos tempos.”
A causa da morte de Ozzy Osbourne não foi divulgada oficialmente. Sabe-se que sua saúde estava comprometida há anos, com múltiplas internações e o diagnóstico de Parkinson vindo a público em 2020. Ainda assim, o choque da partida foi imediato.

Em nota enviada à imprensa, a família declarou:
“É com mais tristeza do que palavras podem expressar que temos que informar que nosso querido Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor.”
E concluiu:
“Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento.”
A despedida final de um ícone
O último show de Ozzy aconteceu no dia 5 de julho. Foi seu adeus definitivo ao palco, ao lado dos companheiros do Black Sabbath, com quem construiu a base do heavy metal. O festival Back to the Beginning ainda contou com nomes como Metallica, Guns N’ Roses, Slayer, Tool, Anthrax e Gojira — uma verdadeira celebração do som que ele ajudou a inventar.
Mas Ozzy não era apenas o Príncipe das Trevas. Era o coração selvagem e cômico por trás da tempestade. O artista que fez da escuridão algo brilhante. E que, até o último segundo, foi rock’n’roll.














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