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Toda a brasilidade de Marina Sena em "Coisas Naturais"

A cantora mineira reúne brasilidade, groove e experimentações num disco que transforma o pop em algo mais vivo e autoral

Foto: Gabriela Schmidt/Divulgação
Foto: Gabriela Schmidt/Divulgação

Ainda falando sobre a cena pop brasileira atual, chegamos a ela: Marina Sena. Natural de Minas Gerais, Marina também é compositora e instrumentista. Antes da carreira solo, integrou dois projetos coletivos — o psicodélico A Outra Banda da Lua e o efervescente Rosa Neon, grupo que encerrou as atividades no início de 2021.



A partir dali, a artista mergulhou em sua própria trajetória musical. Seu primeiro álbum solo, De Primeira (2021), revelou não apenas um hit incontornável — “Por Supuesto” — mas também uma sonoridade que transbordava brasilidade, flertando com MPB, reggae e axé. Já no sucessor Vício Inerente (2023), Marina se inclinou para um som mais urbano e comercial, sem perder a inventividade.


Agora, com Coisas Naturais (2025), seu terceiro e mais recente álbum, a cantora parece unir essas duas facetas de maneira madura e orgânica. Produzido por Janluska (Terno Rei, Tuyo), o disco soa como um ponto de encontro entre o que ela foi e o que está se tornando. A obra revela uma artista cada vez mais confortável em experimentar, transitando com liberdade entre estilos, climas e camadas.


Faixas como “Numa Ilha”, lançada ainda em 2024 como prévia do disco, ganham nova força dentro do contexto do álbum. Já composições inéditas como “Carnaval”, “Lua Cheia” e “Ouro de Tolo” expandem as texturas sonoras e líricas da cantora, que flerta com o groove, o pop tropical, a psicodelia e referências afetivas de uma música brasileira múltipla — da ancestralidade percussiva à eletrônica sensual.



Visualmente, Coisas Naturais também se destaca. A capa, construída por colagens orgânicas e vibrantes, reflete bem a essência do projeto: um mosaico de identidades, referências e possibilidades. Há uma clara intenção estética — sonora e visual — de construir um universo próprio, e Marina o faz com segurança e carisma.


Mesmo quando repete certas imagens e temas — o mar, o amor que vai e vem, o desejo —, o disco encontra maneiras de surpreender. Isso se dá tanto pelos arranjos quanto pelas colaborações certeiras, como as participações de Gaia e Nenny em “Tokitô”, e Çantamarta em “Doçura”, que trazem novas cores e contornos latinos ao trabalho.



Coisas Naturais é, portanto, mais do que um disco pop. É uma obra que amplia o gênero, que aposta na liberdade criativa sem perder o apelo popular. Marina Sena segue em movimento — e nesse movimento, reafirma-se como uma das vozes mais inventivas da música brasileira contemporânea.

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Veja o clipe de Ouro de Tolo


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