As minhas cinco obsessões musicais de 2025, parte 3
- Eduardo Salvalaio

- há 18 horas
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Nosso time de redatores escolheu cinco álbuns que bateram mais forte neste ano. Nesta parte três, vamos conhecer as cinco obsessões musicais de Eduardo Salvalaio.

Salvalaio é desses ouvintes que caminham com a música. Não escuta para o impacto imediato, mas para a permanência, para aquilo que se revela aos poucos, no tempo certo, como uma paisagem que só faz sentido quando você atravessa.
Em 2025, suas escolhas apontam para discos que conversam com a memória, com a melancolia e com a inteligência do som. Midlake e Doves trazem o peso suave da introspecção, Preoccupations traduz a inquietação urbana em tensão controlada, Stereolab reafirma sua vocação atemporal para o estranho elegante, enquanto Destroyer transforma fragilidade em narrativa. Nada aqui é excessivo; tudo é pensado, sentido, digerido.
Mais do que uma lista, este conjunto de discos funciona como um retrato de escuta paciente, curiosa e profunda. Um ano ouvido sem pressa, mas com atenção. Estas são as cinco obsessões musicais de Salvalaio em 2025.
“A Bridge To Far” - Midlake

Para muitos, o Midlake foi uma moda passageira na década de 2000. Quem acompanhou a banda, sabe que não é bem assim e foi agraciado com dois discos importantes nessa década. For The Sake Of Bethel Woods (2022) e agora com A Bridge To Far.
Não mais tão enraizados na sonoridade 70’s, o grupo texano também abraça outras sonoridades, em canções onde arranjos e melodias se sintonizam em prol do ouvinte que exige qualidade.
“Constellations For The Lonely” - Doves

Em 2009, o Doves anunciou seu fim. Sabe aquela banda que poderia ser tão comentada quanto um Elbow e um Coldplay? Pois então. 16 anos depois, eles retornam com um disco poderoso, contudo difícil (assim como foi a vida dos integrantes do grupo durante esse tempo).
Um grupo maduro que faz do seu passado um exímio ensinamento de como seguir adiante. Seja em momentos acústicos, eletrônicos ou mais enérgicos, esse é um disco para novamente colocar a banda na lista de melhores do ano.
“Ill At Ease” - Preoccupations

Para quem acompanha as letras de música num disco, Ill At Ease pode ser desconfortável, embora sincero. O vocalista Matt Flegel em meio a um Pós-Punk enérgico e criativo falando de fim de mundo, de modinhas em redes sociais, da polarização do mundo.
Esse ‘pouco à vontade’ do título passa para a música dos canadenses, mas fique tranquilo que as nove faixas te deixarão muito bem e ainda dão aquele puxão de orelha básico em quem acha que música não pode refletir sobre problemas modernos.
“Instant Holograms On Metal Film” - Stereolab

Sabe aquela banda de inúmeros discos na bagagem que, mesmo assim, você sempre pode indicar para alguém o último disco? É o Stereolab. Assim como o Doves, uma banda que retorna triunfalmente após a separação.
O novo disco traz o velho Stereolab em ótima forma, experiente, seguro, em sua criativa fusão de nostalgia e modernidade. Seja influenciado pelo Kraut-Rock 70’s, seja influenciado pela Eletrônica 90’s, um grupo que novamente acerta a mão no que faz.
“Dan’s Boogies” - Destroyer

Embora esse não seja o melhor disco na carreira do veterano Daniel Bejar, Dan’s Boogies conquista por abraçar os adjetivos que o músico tem de melhor: irreverência e ecletismo.
Um lugar onde o Pós-Punk Revival pode conviver tranquilamente com o Chamber Pop, onde o caos sonoro pode também dar lugar a serenidade. Isso sem contar o trabalho primoroso de arranjos e orquestrações que muitas vezes ditam a melodia de várias músicas, por mais estranhas e atípicas que elas possam parecer.















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