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Tales Of Arise respeita a tradição e a essência da série, conseguindo mostrar evolução na geração atual

"Tales of Arise" respeita sua tradição, mas como jogo amadurecido, dá boas-vindas à modernidade e promete mais

Crédito: Nexperts


A série Tales surgiu em 1995 precisamente com o jogo Tales Of Phantasia. Aclamada como uma das melhores do mundo, sobretudo entre os fãs de RPG, os inúmeros jogos que ela possui são tão reconhecidos como outras franquias famosas do mercado neste gênero, a exemplo de Final Fantasy, Dragon Quest e Persona.

 

Incialmente, os jogos foram lançados apenas no Oriente. Em seguida, eles saíram para o Ocidente ganhando outros adeptos e alcançando mais notoriedade. Tales assumiu um lugar no coração dos jogadores com seu jeito simples, porém viciante. A série unia o melhor do RPG-Action com muita exploração, batalhas frenéticas e até mesmo toques de humor. Juntando tudo isso, belas narrativas inspiradas por mangás e animes.

 

Abraçando a nova geração de consoles como PS5 e Xbox Series X/S, Tales Of Arise chegou em 2021 fazendo jus a fama da série e sincronizada com os anseios de um público tanto veterano quanto novato. As qualidades e características intactas de um jogo em evolução sem se desvincular de suas raízes.

 

Em Tales Of Arise, seguiremos a trajetória de Alphen e Shionne. Agora, vamos explorar Dahna, um enorme reino que, por 300 anos, foi saqueado e subjugado por outro reino opressor chamado Rehna. Os dois personagens tentarão mudar esse fato e saem em busca de um novo futuro para Dahna, tentando resgatar a liberdade do povo.

 

A primeira estratégia para esse jogo sair bem foi manter vários artistas e profissionais que trabalharam em Tales Of Zestiria (2015) e Tales Of Berseria (2016). Também foram adicionadas algumas sutis novidades, embora sem afetar a jogabilidade da série, sobretudo no tradicional ‘Linear Motion Battle System’ que continua conduzindo bem o ritmo das batalhas.

 

Mesmo que o sistema de batalhas seja conhecido dos jogadores, importante neste novo jogo usar bastante a esquiva. Esquivando no tempo certo, o personagem causa um contra ataque poderoso que pode ser vital em muitos inimigos mais resistentes. Então, é preciso não apenas bater, mas ter muitos reflexos.

 

Crédito: Bandai Namco

Outras técnicas também surgem para facilitar nossas vidas. Por exemplo, Rinwell, quando é chamada para ajudar, consegue anular a magia que algum inimigo dispara. Dohalim, por sua vez, consegue imobilizar o adversário por alguns segundos. Junto a isso, quando o inimigo recebe muitos golpes, o jogo nos permite executar um combo devastador (boost strike). Essas ações ao estilo QTE não são complexas e funcionam com um único e eficaz toque do botão direcional.

 

As artes místicas estão presentes. Ao longo da jornada ganhamos títulos (comuns na série) que permitem adquirir habilidades e atributos. Ao resgatar todos dentro de um mesmo título, recebemos recompensas valiosas como aumento de tenacidade ou mais resistência a danos elementais.

 

Os criadores também colaboraram bastante com quem não é tão habilidoso com o gênero ou que está iniciando nele agora. O jogador pode escolher dificuldades distintas, até a mais fácil. Ainda está complicado? Artefatos encontrados ao longo da jornada podem ser habilitados para ajudar em muitos recursos: adquirir mais minerais, dobrar os pontos de experiência para aumento de nível e adicionar mais pontos de combate.

 

Os jogos antigos tinham o sistema de grade, onde você transferia pontos obtidos na batalha para iniciar um New Game + com as armas e habilidades do jogo antigo, por exemplo. Agora, basta obter alguns artefatos específicos para ter toda essas regalias em sua próxima jornada. Nada de ficar preocupado com notas para ganhar boas pontuações.

 

Podemos definir funções e prioridades para os personagens, como exemplo, curar quando for necessário e atacar de forma moderada, tudo de forma automática. Interessante como a IA do jogo trabalha de forma correta em prol do jogador que sequer precisa se preocupar em curar ou ressuscitar alguém do grupo.

 

Outro processo simples, porém eficiente, é a criação de armas e acessórios. Forjar armas será uma tarefa constante. Entretanto, é preciso explorar o mapa atrás de inimigos que deixem materiais necessários ou de minerais que possam ser coletados. Com os itens necessários, basta procurar algum vendedor ou acampamento para ter o novo equipamento.

 

Crédito: Bandai Namco

Também existe a opção de preparar comidas. Elas oferecem variados bônus nas batalhas, dependendo inclusive de qual personagem a criou. Mas não será tão simples assim, a maioria das receitas só chega terminando algumas missões secundárias (side-quests), outras são encontradas em baús espalhados pelos cenários e até mesmo quando ajudamos NPC’s feridos pelo caminho. Então, vasculhe cada canto do mapa.

 


Citando o mapa, ele é de fácil navegação, tanto para fazer a viagem rápida como para localizar missões primárias e secundárias. Tudo fica bem demarcado não apresentando problemas para o jogador se situar ou caso deseje retornar (acampamentos, vendedores, hotelarias, materiais, minerais e plantas).

 

Outra atividade, a pesca, garante bons momentos de relaxamento em meio aos combates. O processo de pescaria é fácil, bem explicado e após coletar alguns peixes, ganhamos iscas e varas de pescar melhores. Também podemos bancar o fazendeiro. Após determinado ponto da história, vamos cuidar de alguns animais num rancho para depois coletar produtos como ovos e carnes.

 

O jogo é composto por muitas cidades, vilas, masmorras (dungeons) e ambientes variados desde pântanos até castelos. A riqueza de detalhes e de cenários como rios, cachoeiras, mares, florestas, desertos e campos completam um visual bem caprichado, colorido e distinto. Mesmo quando a cidade está em ruínas e exibe um aspecto de desolação, como Niez, tudo é atraente aos olhos.

 

Não apresentando loadings demorados e irritantes, a jogabilidade dentro e fora das batalhas flui bem, sem travas (e olha que são muitos detalhes na tela). Único ponto negativo é que a visualização do mapa de certos lugares não carrega tão prontamente após utilizar o recurso da viagem rápida. Isso de forma alguma tira o brilho do sistema de navegação e vai chatear apenas o jogador que deseja perfeccionismo em tudo. Isso em termos de PS4, a versão usada para a resenha.


Crédito: Eurogamer

As missões também não indicam qual o nível apropriado para realizá-las. Entretanto, isso é bom para o jogador mais veterano porque sai da rotina do gênero e faz com que a missão vire uma surpresa. Para o novato, pode deixá-lo um pouco confuso se ele está preparado ou não para o que vai encontrar pela frente.

 

Algumas side-quests são repetitivas e não oferecem muito divertimento, porém esse fato de RPG ter dezenas de missões secundárias muitas vezes desnecessárias e monótonas tem sido um mal do gênero faz um tempo. Não podemos culpar apenas Tales por conta disso.

 

Após terminar a história e enfrentar o último boss, novas missões surgem. Existe uma que é bem interessante. Entrar em masmorras com inimigos poderosos e um chefe no final de cada uma. Detalhe que elas trazem homenagens a outros títulos da série como Abyss, Vesperia, Destiny e outros. Certamente, muitos jogadores ficaram comovidos com esse carinho pelos jogos antigos.

 

Tales Of Arise respeita o currículo de jogos que criou, conduz com carinho e capricho sua tradição, mas como jogo amadurecido, evoluído e encorpado, dá boas vindas corretas para a modernidade dizendo que ainda tem muito por chegar. O jogo está gratuito para assinantes da PSN Plus Extra.

 

 Tales Of Arise


Lançamento inicial: Setembro de 2021

Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X/S

Série: Tales

Gênero: RPG eletrônico de ação,Luta, Aventuta

Indicações: The Game Award para Melhor RPG

Prêmios: The Game Award para Melhor RPG



 

NOTA DO CRÍTICO: 9,0

 

Trailer do jogo:


 


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