Contando com mais de 190 equipamentos, a variedade de armas, escudos e armaduras é enorme
Muitos jogos chegam repentinamente, sem estardalhaço, geralmente fugindo do espectro do hype e acabam cativando público e jogadores quando são lançados. Um desses casos talvez seja Tails Of Iron. Um jogo indie misturando Ação e RPG, desenvolvido pela inglesa Odd Bug Studio Limited e publicado pela United Label.
Uma das particularidades que logo se sobressai no jogo é a dificuldade. Numa história repleta de combates brutais, esse é um jogo punitivo e desafiante, porém nunca frustrante. Há quem o compare a um jogo estilo Dark Souls, ou como ficou conhecido nas gerações mais novas, um jogo ‘soulslike’.
Com uma sinopse bem simples e similar a uma fábula, vamos acompanhar o rato Redgi que, após ver seu pai ser assassinado, precisa reconstruir seu reino que agora está nas mãos dos sapos liderados pelo temido Verruga Verde. Nessa jornada, encontraremos ajuda de outros personagens, desbravaremos masmorras, faremos muitas missões como salvar entes queridos e acabar com inimigos mortais que entram em nosso percurso.
Apresentando três dificuldades distintas e mesmo sendo curto (5 a 10 horas para terminar, sem contar com as 2 DLC’s que já recebeu), o jogador não pode ser afobado. Mesmo na dificuldade mais baixa, é preciso ter cautela contra chefes que muitas vezes são rápidos e possuem golpes devastadores. A exploração minuciosa do cenário também é algo essencial para encontrar materiais que serão valiosos para cozinhar pratos que aumentarão nossa barra de sangue (HP).
Contando com mais de 190 equipamentos, a variedade de armas, escudos e armaduras é enorme. Algumas são recebidas após determinadas missões cumpridas, outras precisam ser encontradas e também podem ser forjadas pelo ferreiro do reino após a obtenção de esquemas (blueprints).
Podemos ter tanto espadas, marretas e machados, bem como atiradores de projéteis (besta, arco e revólver). O jogador também pode escolher qual usar dependendo da sua forma de combater. Mas ele também precisa ficar atento ao peso dos equipamentos, pois se o peso exceder, Redgi ficará lento e isso afetará sensivelmente os movimentos de combate.
Mesmo inserido num formato RPG, o jogo não traz complexidade. Nada de subir de nível e distribuir pontos de atributos (como normalmente acontece). Aqui, atributos de força e de vitalidade de Redgi serão decididos por melhores equipamentos que coletamos e pelos pratos que comemos. Um líquido que enchemos numa garrafa nos acompanhará durante as batalhas para recuperar HP, mas ele é limitado e é preciso racionar nos momentos mais decisivos.
Os cenários 2D, embora embutidos de simplicidade, trazem ambientações desenhadas a mão, típicas de um reino da Idade Medieval. Será necessária muita observação para descobrir passagens escondidas, baús enterrados e atalhos mais rápidos e estratégicos para determinadas missões.
O interessante do jogo é que os personagens não possuem fala. As dicas das missões, por exemplo, são descritas por meio de desenhos e símbolos, em balões, tal qual quadrinhos. Essa é uma estética interessante e que não confunde o jogador. Doug Cockle, que faz a voz de Geralt of Rivia nos jogos da série The Witcher, é o narrador contando a odisseia de nosso pequeno herói rato de forma divertida e descontraída.
O jogo não possui travamentos, o loading não é demorado e os mapas são fáceis de navegar. Alguns jogadores podem ficar descontentes com a apelação que certos chefes possuem e o sistema de parry pode, a início, gerar certa confusão e não funcionar no tempo correto (é preciso praticar um pouco).
Tails Of Iron, mesmo com poucas novidades implementadas, encanta pelo carisma dos personagens e pela adrenalina que os combates proporcionam. A aguardada sequência do jogo, Tails Of Iron 2: Whiskers Of Winter, chegará em Fevereiro de 2025.
Tails Of Iron
Ano: 2021
Gênero: Aventura,
Série: Tails Of Iron
Estúdios: United Label, CI Games
Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S
NOTA DO CRÍTICO: 7,5
Trailer do jogo:
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