Radiohead anuncia retorno, mas enfrenta protestos de ativistas pró-Palestina
- Marcello Almeida
- há 5 dias
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Não é a primeira vez que a banda é criticada pelo movimento pró-Palestina

O tão aguardado retorno do Radiohead aos palcos, anunciado nesta semana, trouxe entusiasmo para milhões de fãs, mas também acendeu uma polêmica que ameaça acompanhar a nova turnê. Ativistas ligados à campanha Boycott, Divestment, Sanctions (BDS) pediram publicamente que o público boicote as apresentações da banda no Reino Unido e Europa, acusando o grupo de “silêncio e cumplicidade” em relação ao genocídio israelense contra os palestinos em Gaza.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (4), a associação Palestinian Campaign for the Academic & Cultural Boycott of Israel (PACBI) publicou uma montagem com os integrantes do Radiohead e endereçou críticas diretas ao guitarrista Jonny Greenwood:
“Mesmo enquanto o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza atinge sua fase mais recente, brutal e depravada de fome induzida, o Radiohead continua com seu silêncio cúmplice, enquanto um membro cruza repetidamente nossa linha de piquete, apresentando-se a uma curta distância de carro de um genocídio transmitido ao vivo, ao lado de um artista israelense que entretém as forças israelenses genocidas.”
A PACBI reiterou o pedido de boicote:
“Os palestinos reiteram nosso apelo ao boicote aos shows do Radiohead, incluindo sua suposta turnê, até que o grupo se distancie de forma convincente, no mínimo, da travessia pacífica de Jonny Greenwood em nossa linha de piquete durante o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza.”
Não é a primeira vez que a banda é criticada pelo movimento pró-Palestina. Thom Yorke, vocalista do Radiohead, também foi alvo de protestos no ano passado, após um show na Austrália. Durante a apresentação, um manifestante pediu que o cantor se posicionasse contra o genocídio; Yorke, no entanto, não respondeu, o que aumentou a pressão sobre a postura pública do grupo.
O retorno da banda, quase dez anos após sua última turnê, deveria ser apenas motivo de celebração. Mas o peso político do momento faz com que o Radiohead se veja novamente no centro de uma tensão entre música, arte e responsabilidade social — um terreno que, gostem ou não, acompanha sua trajetória desde os anos 90.
A pergunta que fica não é apenas se os fãs irão ao show, mas se a arte pode realmente se manter em silêncio diante de um mundo que grita.
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