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Banda Quiçaça estreia novo álbum e reforça a psicodelia no Nordeste

Com coco, reggae, rock e crítica social, banda alagoana apresenta um disco ritualístico, bruto e poético — um cordel lisérgico enraizado no agreste

Quiçaça
Quiçaça por Iago Caíque

Prepare-se: o agreste vai vibrar diferente. No dia 8 de maio, chega às plataformas Dichavadores de Fumo de Arapiraca, o novo álbum da banda alagoana Quiçaça — um dos nomes mais potentes da nova música nordestina. Misturando coco de roda, reggae, psicodelia e rock com cantos de trabalho e crítica social, o disco é um mergulho no sertão profundo, onde reza, suor e resistência caminham juntos.



Natural de Arapiraca, terra da cultura fumageira, a Quiçaça tece um som ritualístico e popular. São seis faixas que evocam personagens mitológicos, como Matinta Pereira, e figuras do cotidiano, como carroceiros, agricultores, carpideiras e mestres da cultura popular. É uma obra ancestral, mas sem nostalgia — bruta, mas carregada de beleza. Um Brasil que canta o mato, o vento e o peso da lida como quem entoa mantras de sobrevivência.


Produzido pela própria banda — Ruan Mello, Rodrigo Cruz, Ricardo Evangelista, Janu Leite e Gleyson Matheus — ao lado de Joaquim Prado (também responsável pela mixagem), o álbum ainda traz participações de Mestre Nelson Rosa, das Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e de Luiz de Assis, da banda Vibrações. A masterização é de Júnior Evangelista.


O novo trabalho sucede o EP Jurema, de 2017, e expande a sonoridade da banda. Ao longo de suas seis faixas, um Nordeste profundo se revela na mistura de tradição oral, crítica social, misticismo e psicodelia regional.


A faixa que abre o disco, “Carrego”, ganhou um clipe dirigido por Rodrigo Cruz, com direção de fotografia de Iago Caíque e making of de Wesley Barros. Gravado entre as Craíbas e a Folha Miúda, o vídeo é um retrato cru da rotina sertaneja — entre carroças, poeira e mandingas. “Carrego” é hino de resistência popular, ode àqueles que puxam, com o peito, o peso do mundo — da mandioca ao tambor d’água, do barrão pra feira à própria vida.



Capa: Iago Caíque (Foto) e Janu Leite (Concepção)
Capa: Iago Caíque (Foto) e Janu Leite (Concepção)




Mais que banda, a Quiçaça se define como bando e benzedeira. Brota como planta no descuido dos quintais, entre rachaduras e calçadas. Faz som com cheiro de barro, fumo e orações ao entardecer. É música que vem do rebolo, do que sobra e insiste. E Dichavadores é sua primeira oferenda completa — uma viagem subterrânea, onde cada faixa é raiz e rito.


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