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Ouvir e divulgar rádio na era do streaming: um ato de resistência e conexão

Ouça e divulgue rádio! Ele segue firme como ponte entre vozes, ideias e sons

Foto: Freepik.
Foto: Freepik.

Na era dos streamings e das playlists personalizadas, ouvir e divulgar rádio continua sendo essencial. Mais do que um meio tradicional, o rádio é uma ferramenta poderosa de comunicação, informação, cultura e descoberta musical.

 



Para compreender o poder e a influência do rádio, é essencial revisitar suas origens, atravessar suas transformações ao longo do tempo e reconhecer o quanto ele foi, é e continuará sendo um meio potente, presente e impactante no passado, no presente e no futuro.

 

Inventado em 1886, o rádio só chegou ao Brasil oficialmente em 7 de setembro de 1922, durante as comemorações do centenário da Independência. A primeira transmissão foi feita pelo então presidente Epitácio Pessoa. No entanto, a instalação definitiva da radiodifusão aconteceu em 20 de abril de 1923, com a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, idealizada por Roquette-Pinto. Hoje, ela sobrevive como a Rádio Roquette-Pinto, símbolo da persistência e reinvenção desse meio.


Créditos: Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
Créditos: Rádio Sociedade do Rio de Janeiro

Nos anos 1950, o rádio era o centro do entretenimento com radionovelas, programas de auditório e transmissões em AM. Já a partir da década de 1960, com a popularização da frequência FM, o foco se expandiu para a música. As emissoras passaram a acompanhar os lançamentos fonográficos – do vinil ao CD – tornando-se protagonistas na formação de gostos musicais em todo o país.

 



O rádio também acompanha as mudanças sociais. Ele abriu espaço para as mulheres atuarem como locutoras e apresentadoras, algo até então dominado por homens. Um marco dessa transformação foi a rádio Fluminense FM, no Rio de Janeiro, comandada por Luiz Antônio Mello, que não só democratizou a linguagem como também teve papel crucial na divulgação do rock brasileiro nos anos 1980, revelando e fortalecendo artistas nacionais do gênero.

 


Herbert Vianna, Bi Ribeiro e Barone em visita à Fluminense FM em 1991 Foto: Divulgação
Herbert Vianna, Bi Ribeiro e Barone em visita à Fluminense FM em 1991 Foto: Divulgação

A chegada da MTV, no Brasil em 1990, não enfraqueceu o rádio — ao contrário, ampliou sua influência. A TV musical colaborou com as rádios na divulgação de novos talentos e estilos. Foi nessa dobradinha que muitos brasileiros conheceram nomes como: Adriana Calcanhotto, Planet Hemp, Bezerra da Silva, Skank, Chico Science, Gabriel o Pensador, Cidade Negra, Raimundos, Claudinho & Buchecha, Cássia Eller, Charlie Brown Jr., Ivete Sangalo, Mamonas Assassinas, Pato Fu, Acústicos & Valvulados, Zeca Baleiro, entre tantos outros.

 

Com os anos 2000, veio a explosão dos streamings, a lógica de consumo musical mudou no Brasil: plataformas digitais chegaram e permitiram downloads, playlists personalizadas e acesso instantâneo a milhões de faixas. As gravadoras perderam espaço, CDs e vinis viraram itens de colecionador e muitas lojas físicas fecharam.

 

Mesmo com o domínio dos streamings nos tempos atuais, o rádio segue vivo — um espaço vibrante de curadoria musical, informação, debates e descobertas. Artistas ainda lançam faixas nas emissoras, eles continuam influenciando tendências e, acima de tudo, preservando uma conexão real com o público. O rádio permanece democrático, criativo, acessível, inovador e resistente.

 

Com tanta tecnologia à disposição, o rádio se reinventa a todo momento. Está no carro, no celular, no computador, nos aplicativos e nas plataformas de streaming. É um ótimo meio para conhecer novas músicas, novos artistas, ouvir vozes plurais e entender o Brasil além dos algoritmos.

 

Em tempos dominados por streamings e inteligência artificial, algumas rádios brasileiras seguem firmes como espaços de produção cultural autêntica. Elas continuam conectando pessoas, promovendo debates relevantes e valorizando a diversidade do país ao abordar temas como literatura, esportes, jornalismo, cinema e, claro, música.


Confira abaixo uma seleção especial de emissoras que seguem como referência em música, informação, cultura e educação no Brasil.

 

 Rádios universitárias ou públicas com conteúdo de qualidade:


•             Rádio Inconfidência (AM e FM) – Belo Horizonte (MG)

 

•             Universitária FM – Uberlândia (MG)

 

•             Rádio USP – São Paulo (SP)

 

•             Rádio da Universidade (UFRGS AM) – Porto Alegre (RS)

 

•             Universitária FM – Recife (PE)

 

•             UFMG Educativa – Belo Horizonte (MG)

 

 Rádios comerciais com programação diversificada:


•             Novabrasil FM – Diversas cidades

 

•             KISS FM – Diversas cidades

 

•             Rádio Globo – Rio de Janeiro (RJ)

 

•             Alpha FM – São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Curitiba (PR)

 

•             89 A Rádio Rock – São Paulo (SP)

 

•             A Tarde FM – Salvador (BA)

 

Através desse texto e dessa lista, se necessita a importância de destacar a força de um meio que une culturas, países e pessoas em prol da música, da arte e da cultura.


Portanto, ouça e divulgue rádio! Ele segue firme como ponte entre vozes, ideias e sons.





Foto de capa nesse texto: Selma Boiron, locutora da Fluminense FM – Foto: Divulgação

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