Peso e suavidade equilibram a sonoridade do Soft Blue Shimmer em They Will Leave Us With Nothing

O Soft Blue Shimmer continua transmitindo sua qualidade e seu potencial com a música

O grupo de Los Angeles Soft Blue Shimmer chega a 5 anos de atividade com uma boa trajetória. Mesmo que ainda permaneçam na obscuridade, os dois discos lançados até agora como o début “Heaven Inches Away” (2020) e “Love Lies In The Body” (2022) provam que o grupo vem amadurecendo e mostrando sua identidade, apesar de uma sonoridade pasteurizada e reciclada (e isso nunca foi errado quando tudo é bem feito).

Na salada musical do grupo, encontramos Dream Pop, Shoegaze, Noise ou até mesmo o Pop-Rock dos áureos tempos de The Sundays e Mazzy Star. Os vocais cativantes de Meredith Ramon sintonizam com o instrumental se equilibrando entre peso e suavidade (como ocorre na faixa ‘Soonby’). “They Will Leave Us With Nothing”, o mais recente trabalho, passa esse recado com menos de 35 minutos e através de 9 faixas.

No terceiro disco os americanos também se preocuparam em inserir algumas pitadas de Synth-Pop que, da mesma forma, se encaixaram na proposta musical. Caso da faixa de abertura ‘FREQUENCY HAMMER’ (com letras maiúsculas mesmo) e de ‘To A Future Tha Never Ends’ que agrega bem vocal masculino com feminino (a banda precisa usar mais esse recurso).

Apoiada em guitarras dedilhadas, ‘Perfect Thing’ abusa da doçura e da delicadeza Pop, enquanto a ágil ‘supermetal dream’ coloca as guitarras no talo. ‘Sunsoft’ se comporta quase como um Folk num viés que ressalta o lado acústico do grupo. Começando com uma batida eletrônica sutil, ‘Sapphire Door’ gradualmente incorpora guitarras e se destaca como uma das melhores do álbum.

O trabalho fecha com a grudenta ‘Bodyknot’, com guitarras ágeis e uma bateria bem marcante. É a canção que mais se aproxima dos discos anteriores. Poderia até ser a abertura do disco. Não tem problema. O Soft Blue Shimmer continua transmitindo sua qualidade e seu potencial com a música.