Pavement lança primeira música em 25 anos — um cover hipnótico de “Witchitai-To”, de Jim Pepper
- Marcello Almeida
- há 2 dias
- 2 min de leitura
Banda americana revive clássico psicodélico indígena em clima de reencontro, filme e legado

O Pavement quebrou um silêncio de mais de duas décadas com o lançamento de sua primeira música nova desde 1999 — um cover inesperado e místico de “Witchitai-To”, faixa do saxofonista Jim Pepper, lançada originalmente em 1969.
A gravação foi capturada durante os ensaios da turnê de reunião da banda, realizada em 2022. Embora o grupo não lançasse material inédito desde o EP Major Leagues, de 1999, a música já vinha sendo tocada nos shows do reencontro. Agora, ela ganha vida oficialmente como parte da trilha sonora do híbrido cinematográfico Pavements — um projeto que mistura documentário, ficção e musical, dirigido por Alex Ross Perry (Her Smell).
“Witchitai-To” é uma canção enraizada na espiritualidade nativa norte-americana, com melodia circular e atmosfera etérea, baseada em um cântico peyote tradicional da tribo Kaw. A versão do Pavement respeita esse transe original, filtrando-o por camadas de psicodelia lo-fi, guitarras esparsas e vocais sonhadores — um encaixe surpreendentemente natural ao universo da banda.
A notícia da faixa foi antecipada em dezembro por Scott Kannberg, o Spiral Stairs, durante participação no podcast Kreative Kontrol:
“Haverá uma nova música do Pavement na trilha sonora do nosso filme.”
O longa Pavements promete ir além do formato convencional: parte documentário, parte sátira e parte musical de jukebox. Nele, o diretor Alex Ross Perry aparece tentando criar um filme biográfico sobre a banda, escalando Joe Keery (Stranger Things) como Stephen Malkmus e Jason Schwartzman como o empresário do grupo. Ao mesmo tempo, o filme mostra a banda preparando uma instalação artística em um museu, onde músicos da nova geração interpretam músicas do Pavement.
O lançamento de “Witchitai-To” não é apenas um presente para os fãs — é uma espécie de ritual de reconexão. Uma faixa que transcende o tempo, os gêneros e as pausas. Um mantra lisérgico entoado por uma das bandas mais enigmáticas e influentes do indie rock americano, de volta ao presente com os olhos voltados para o eterno.
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