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'On Every Street' o disco que encerrou a carreira do Dire Straits com melancolia e virtuosidade

Atualizado: 16 de nov. de 2021




O icônico ano de 1991, foi um período marcante para a música, com lançamentos de incríveis discos dos mais variados artistas como "Nevermind" do Nirvana, "Ten" do Pearl Jam, e outros. Foi nesse tempo dominado pelo Grunge, que, o Dire Straits ressurgiu com um disco melancólico, mas totalmente embasado pelas guitarras magistrais do seu líder Mark Knopfler, guitarras que marcaram as características da banda nos anos 80. O grupo vinha de uma longa pausa, o cansaço, o desgaste, falta de inspiração e pressões para lançar logo um sucessor para o aclamado 'Brothers In Arms', foi um peso grande para Mark e os outros integrantes, mas mesmo diante de vários contratempos eles retornaram em 1991, com o nostálgico 'On Every Street'. Apesar de não ser um álbum repleto de hits radiofônicos, como foi 'Brothers In Arms', o novo trabalho trouxe ali seus elementos atrativos e sedutores, canções mais melancólicas, sem perder os ganchos das guitarras de Knopfler, relembrando o Rock clássico da banda, pautado no Blues, Jazz e Folk, trazendo uma pegada meio Bob Dylan e The Shadows, para sonoridade da banda.


O Dire Straits no decorrer do tempo conquistou inúmeros admiradores e fãs, desde o lançamento do seu álbum de estreia autointitulado de 1978, o grupo britânico, invadiu as rádios com hits como "Walk Of Life" ou até mesmo "Sultans Of Swing" e cravou sua marca na história do Rock and Roll, participando de grandes eventos como o Live Aid em 1985. Com uma discografia de respeito no currículo a banda não precisava provar mais nada a ninguém, mas nem sempre é assim que a música toca, e o resultado disso tudo foi um disco dentro da média, mas que não atingiu o glamour de discos anteriores. A verdade é que quando se fala em Dire Straits, todo mundo já pensa logo em 'Brothers In Arms', o que se torna um erro, pois Mark Knopfler e cia possuem grandes álbuns em sua discografia.


Diferente de outros trabalhos, 'On Every Street' possui um ar menos radiofônico e com menos sucessos que o disco anterior. Ele é mais melancólico e intimista, faz o ouvinte mergulhar nos mais profundos pensamentos e emoções. Tanto que ele passou a despercebido e injustiçado no meio da era do Grunge, pois a banda não estava mais no auge como foi nos anos 80. Mesmo assim, Mark Knopfler com sua maravilhosa guitarra conseguiu abordar temas profundos com sonoridades fortes, como se fosse uma singela carta de despedida, apontando novos rumos para cada um deles. O próprio nome do disco já deixava indícios disso, como se cada um fosse seguir por uma rua diferente. Anos depois (1995), o Dire Straits encerrou suas atividades com uma ótima discografia e Mark Knopfler se lançou em uma consolidada carreira solo de sucesso.

Em relação às músicas, o disco trouxe grandes canções para o repertório da banda como: "Calling Elvis" um rock bem pop e cativante, "Heavy Fuel" com uma pegada bem legal que lembra os hits "Money For Nothing" e "Sultans Of Swing", "On Every Street" com um som acústico e notas incríveis de guitarras e saxofones, "The Bug" e sua inspiração no Rockabilly, "You And Your Friend" misturando o, Blues e o Country e "Ticket To Heaven" que desce suave e melódica, criando uma atmosfera visceral.

É preciso destacar aqui também, que, o Dire Straits sempre foi uma banda que teve muita influência no rádio, emplacou vários hits e, quando eles surgiram com 'On Every Streets' o cenário era totalmente outro, dominado por outros gêneros como a música Eletrônica e Grunge, isso contribuiu para que o disco fosse desprezado pela crítica, afinal de contas os olhares do mundo estavam para um tal de Nirvana e seu Nevermind. Uma banda de Rock clássico, com um disco fora do seu tempo, mas que deixou ali a magistralidade de canções como "Iron Hand" uma balada de ritmo lento que lembra muito Dylan ou até mesmo Neil Young. Perolas ofuscadas que acabaram passando despercebidas. O disco não possui o mesmo processo criativo do seu irmão 'Brothers In Arms', mas não deixa de ser um bom álbum com boas canções. "My Parties" possui uma levada ritmada no Jazz e se torna uma música envolvente, pode ser considerada uma verdadeira ode aos bons sons dos anos sessenta e setenta. A guitarra de Knopfler age pontualmente, evidenciado a maestria em compor canções.


Acompanho o Dire Straits há muitos anos, juntamente com os trabalhos solos de Mark Knopfler, fazia algum tempo que não ouvia o "On Every Street" e, confesso que, após ouvir posso dizer que se confirma cada vez mais a aptidão do seu líder como um dos maiores guitarristas da história da música e a banda Dire Straits como um dos grandes nomes do rock com uma excepcional discografia.


 

FICHA TÉCNICA


Álbum: On Every Street

Artista: Dire Straits

Ano de lançamento: 1991

Gênero: Rock, Roots Rock.

Ouça: "Calling Elvis", "On Every Street", "Heavy Fuel" e "Ticket to Heaven".



 

OUÇA 'ON EVERY STREET NO SPOTIFY:


 

VEJA O VÍDEO ONDE A BANDA TOCA "ON EVERY STREET" AO VIVO NO ON THE NIGHT EM 93


 

Alexandre Tiago

Redator

"Um rapaz latino-americano que é um sonhador, que ama futebol, apaixonado pela arte, formado em Direito, é um defensor da democracia e coleciona desde CDs e livros, até as memórias que a vida oferece."

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