Ney Matogrosso em 2025: disco com Hecto e cinebiografia celebram sua potência artística
- alexandre.tiago209
- há 22 horas
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Atualizado: há 2 minutos
Ney Matogrosso segue brilhando com intensidade rara

Aos 83 anos, Ney Matogrosso segue desafiando o tempo e as convenções. Ícone da música brasileira desde os tempos de Secos & Molhados, Ney continua impactando o público com sua voz poderosa, presença cênica eletrizante e autenticidade artística. Em 2025, o artista retorna em dobro: com o disco excelente "Canções Para Um Novo Mundo", em parceria com o duo Hecto, e com a cinebiografia "Homem com H", dirigida por Esmir Filho e protagonizada por Jesuíta Barbosa. Ambas as obras reforçam a vitalidade e a relevância atemporal de Ney Matogrosso.
Através da curadoria deste redator, deixo aqui, as resenhas dessas obras artísticas!
Disco: "Canções Para Um Novo Mundo"

Ney Matogrosso & Hecto
Ano: 2025
Gênero: MPB, Rock
Ouça: Anonimato, Pátria Gentil, Solaris
Nota do crítico: 8,0
Lançado em 10 de janeiro de 2025, Canções Para Um Novo Mundo representa uma ousadia sonora na trajetória de Ney Matogrosso. Ao lado do duo Hecto — formado por Guilherme Gê e Marcelo Lader — o artista se lança em um mergulho no rock contemporâneo, com nove faixas que mesclam densidade lírica e intensidade sonora. O álbum, com 29 minutos de duração, é o primeiro totalmente voltado ao rock na carreira de Ney, e reforça sua versatilidade, criatividade e coragem artística.
O destaque inicial vai para Anonimato, uma canção com potência crítica que assume o ponto de vista de pessoas invisíveis à sociedade. A música reverbera como um grito poético em tempos de alienação digital, com guitarras fortes e vocais arrebatadores.
Em Pátria Gentil, Ney conta com a participação de Will Calhoun (Living Colour), em uma faixa que reflete sobre o Brasil com poesia e dor. Já a etérea Solaris, com colaboração de Roberto Frejat, entrega uma sonoridade pós-punk abrasileirada que surpreende e conquista.
Há espaço também para momentos mais sutis, como O Amor Vem Antes de Tudo, com Ana Cañas — música menos impactante, mas bela em sua doçura e afeto. O álbum ainda passeia por letras adaptadas de poemas como a faixa Monólogo e provocações políticas em Troço, Nosso Grito e Teu Sangue.
Com produção sólida e proposta artística coerente, Canções Para Um Novo Mundo não é apenas um novo disco, mas uma reafirmação do poder criativo de Ney Matogrosso.
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Filme: "Homem com H"

"Homem com H"
Ano: 2025
País: Brasil
Direção e Roteiro: Esmir Filho
Duração: 121 min
Elenco: Jesuíta Barbosa, Caroline Abras, Hermila Guedes, Bruno Montaleone, Rômulo Braga e Lara Tremouroux
Nota do crítico: 9,0
Em meio à avalanche de cinebiografias, Homem com H se destaca por sua sensibilidade, vigor narrativo e apuro estético. Dirigido e roteirizado por Esmir Filho, o longa lançado em 1 de maio de 2025, não se contenta em narrar uma história: ele mergulha na alma de Ney Matogrosso com intensidade e beleza.
Baseado no livro Ney Matogrosso: A Biografia, de Julio Maria, o roteiro evita superficialidades e traz uma narrativa pulsante, corajosa e cheia de nuances. Jesuíta Barbosa entrega uma das melhores atuações de sua carreira ao interpretar Ney com entrega total, alternando força, vulnerabilidade, sensualidade e presença cênica — um verdadeiro tributo à figura do artista.
Outros nomes do elenco se destacam. As grandes atuações de Caroline Abras, Hermila Guedes, Bruno Montaleone, Rômulo Braga e Lara Tremouroux enriquecem ainda mais a produção. A direção sensível de Esmir Filho valoriza tanto os bastidores da carreira quanto os conflitos íntimos de Ney, criando um filme emocional, político e necessário.
Homem com H não apenas homenageia um dos maiores artistas do Brasil, mas se firma como um marco do cinema nacional contemporâneo — digno de prêmios, aplausos e memória.
Veja o trailer de "Homem com H"
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Ney Matogrosso segue brilhando com intensidade rara. Seja através da força sonora de Canções Para Um Novo Mundo ou da sensibilidade de Homem com H, o artista reafirma sua importância para a cultura brasileira. Em um ano que celebra sua trajetória de forma tão potente, Ney prova que sua arte é, de fato, eterna.